terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Dieta dos Nossos Ancestrais

   Foi lançado muito recentemente mais um livro sobre a Dieta Paleolítica, desta vez em Português, escrito por Caio Fleury. Como a proposta do livro é oferecer um programa cientificamente comprovado, que inclui o consumo de uma variedade de alimentos com todos os nutrientes essenciais de que precisamos para perder gordura corporal e alcançar uma saúde superior, acreditamos que seja do interesse de muitos leitores desse blog. 

1.Quem desenvolveu a dieta dos nossos ancestrais nos EUA? Como ela surgiu?

    A Dieta dos Nossos Ancestrais foi desenvolvida por cientistas, antropólogos e médicos ao redor do mundo. Foi descoberta a dieta que os nossos ancestrais humanos consumiam por mais de 2 milhões de anos, durante o período paleolítico, a qual nossa espécie está geneticamente adaptada a consumir. Um dos cientistas que desenvolveu a dieta nos EUA é o Dr. Loren Cordain, que conduziu um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, conduziu a reavaliação de um Atlas Etnográfico sobre a dieta de mais de 229 sociedades primitivas ao redor do globo, criado por Dr. Murdock´s da Universidade de Harvard e seu respectivo consumo de fontes de alimento animal versus fontes vegetais. Por meio deste estudo e diversos estudos antropológicos foi possível criar uma dieta similar a que nossos ancestrais consumiam.

Dieta dos Nossos Ancestrais


   Ao longo das ultimas décadas A Dieta dos Nossos Ancestrais passou pelo escrutínio de antropólogos e historiadores dentro de uma perspectiva biológica evolutiva, o que é extremamente importante para acessarmos a validade de uma dieta, como Dr. Dobzhansky, notável geneticista Russo disse: “Nada faz sentido em biologia, se não for iluminado pela luz da Evolução”, ou segundo o próprio Dr. Cordain: “Nada em nutrição faz sentido se não for iluminado pela luz da evolução”.

    Ao longo dos últimos 10 anos, cientistas e médicos ao redor do globo têm aplicado o modelo evolucionário na nutrição humana, o que resultou em milhares de estudos científicos sendo conduzidos para acessar os resultados da Dieta dos Nossos Ancestrais.

2. Quais são os benefícios para a saúde comprovados cientificamente pela Dieta dos Nossos Ancestrais?

    Os cinco principais estudos conduzidos em seres humanos demonstraram que a Dieta dos Nossos Ancestrais melhora a saúde do ser humano em níveis mais altos do que a Dieta Mediterrânea e da dieta para diabéticos, recomendada pelo órgão americano (FDA) que regula remédios e alimentos. Estes estudos comprovaram que A Dieta dos Nossos Ancestrais também é mais eficaz para o emagrecimento do que estas dietas e é mais nutricionalmente densa, pois se consome mais vitaminas, minerais e fitoquímicos do que a dieta da FDA. Praticamente todos os marcadores sanguíneos são melhorados com a Dieta dos Nossos Ancestrais dentre eles, maiores níveis de colesterol HDL “bom”, menores níveis de LDL e VLDL “ruim”, triglicérides, glicose em jejum, níveis de insulina, entre outros.

3. Qual a popularidade da Dieta nos EUA?

    A Dieta dos Nossos Ancestrais é acompanhada por milhares de pessoas nos EUA. Qualquer um pode entrar no site do google trends (http://www.google.com/trends/) e digitar Primal Diet ou Paleo Diet, como é reconhecida internacionalmente e acessar o número de pessoas que seguem a dieta. Em sites como o Mark´s Daily Apple do Mark Sisson (http://www.marksdailyapple.com), existem centenas de depoimentos e histórias de sucesso de pessoas que seguem a dieta e muitas informações a respeito. Existem muitos blogs e sites populares nos EUA com informações sobre a dieta.

5. Qual é a posição da Dieta dos nossos ancestrais em relação ao consumo de carboidratos. Existe alguma porcentagem ideal?

    A alimentação ideal para seres humanos depende de muitos fatores e é muito diversificada, porém, como demonstrado no atlas etnológico revisado por Dr. Loren Cordain, existe um padrão de consumo de proteínas e gorduras de no mínimo 50% das calorias diárias, na maioria das 229 populações isoladas estudadas. Isto significa que existe um padrão de consumo de alimentos ricos em proteína e gordura em sociedades isoladas. Existem diversas culturas que consomem grandes quantidades de carboidratos além das proteínas e gorduras.

   Os carboidratos consumidos por elas são pouco processados, de baixa carga glicêmica, provenientes na maior parte de vegetais e tubérculos fibrosos e frutas selvagens, todas as quais sempre foram relacionadas por estudos como fontes de diversos benefícios a saúde. Não é a toa que os indivíduos das sociedades isoladas são extremamente magros e saudáveis e a obesidade é rara.

    O que acontece hoje é que os carboidratos que a maioria das pessoas consomem são de alimentos processados extremamente concentrados, ricos em açúcar e farinhas refinadas. Estes alimentos processados e cheios de açúcar estão relacionados com o acúmulo de gordura visceral e o agravamento de marcadores sanguíneos como níveis triglicérides, colesterol HDL, glicose em jejum, colesterol VLDL, etc. Ao contrário dos carboidratos naturais e as gorduras monoinsaturadas, que estão relacionadas a melhora destes marcadores sanguíneos.

    Por este e outros motivos, A Dieta dos Nossos Ancestrais proposta em meu livro e por diversos cientistas, antropólogos e médicos, sugere o consumo de quantidades substanciais de alimentos ricos em proteínas e gorduras principalmente monoinsaturadas de alimentos como peixes e frutos do mar, iogurtes orgânicos, aves e carnes orgânicas ricas em Omega 3 e proteína, ovos orgânicos e/ou enriquecidos com Omega 3, óleo de coco, abacate, azeite de oliva extra virgem, nozes e oleaginosas.

    A dieta dos nossos ancestrais enfatiza o consumo de carboidratos naturais, que são disponíveis em abundância na natureza, como vegetais, frutas, tubérculos (mandioquinha, batata doce, inhame) vegetais, nozes e oleaginosas.

    Ao consumirmos uma dieta natural, rica em alimentos como os descritos acima, conseguimos emagrecer e atingir nosso peso ideal, sem nos preocuparmos com a quantidade de alimentos ou calorias que estamos consumindo. Isso ocorre devido ao fato de estarmos consumindo alimentos que estamos mais adaptados geneticamente a consumir, da maneira que foi determinada por nossos genes ao longo de nossa evolução como espécie, por mais de 2 milhões de anos.

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