Foi
lançado muito recentemente mais um livro sobre a Dieta Paleolítica,
desta vez em Português, escrito por Caio Fleury. Como a proposta do livro é oferecer um
programa cientificamente comprovado, que inclui o consumo de
uma variedade de alimentos com todos os nutrientes essenciais de que
precisamos para perder gordura corporal e alcançar uma saúde superior,
acreditamos que seja do interesse de muitos leitores desse blog.
1.Quem desenvolveu a dieta dos nossos ancestrais nos EUA? Como ela surgiu?
A Dieta dos Nossos Ancestrais foi desenvolvida por cientistas,
antropólogos e médicos ao redor do mundo. Foi descoberta a dieta que os
nossos ancestrais humanos consumiam por mais de 2 milhões de anos,
durante o período paleolítico, a qual nossa espécie está geneticamente
adaptada a consumir. Um dos cientistas que desenvolveu a dieta nos EUA é
o Dr. Loren Cordain, que conduziu um estudo publicado no American
Journal of Clinical Nutrition, conduziu a reavaliação de um Atlas
Etnográfico sobre a dieta de mais de 229 sociedades primitivas ao redor
do globo, criado por Dr. Murdock´s da Universidade de Harvard e seu
respectivo consumo de fontes de alimento animal versus fontes vegetais.
Por meio deste estudo e diversos estudos antropológicos foi possível
criar uma dieta similar a que nossos ancestrais consumiam.
Ao longo das ultimas décadas A Dieta dos Nossos Ancestrais passou pelo
escrutínio de antropólogos e historiadores dentro de uma perspectiva
biológica evolutiva, o que é extremamente importante para acessarmos a
validade de uma dieta, como Dr. Dobzhansky, notável geneticista Russo
disse: “Nada faz sentido em biologia, se não for iluminado pela luz da
Evolução”, ou segundo o próprio Dr. Cordain: “Nada em nutrição faz
sentido se não for iluminado pela luz da evolução”.
Ao longo dos últimos 10 anos, cientistas e médicos ao redor do globo têm aplicado o modelo evolucionário na nutrição humana, o que resultou em milhares de estudos científicos sendo conduzidos para acessar os resultados da Dieta dos Nossos Ancestrais.
2. Quais são os benefícios para a saúde comprovados cientificamente pela Dieta dos Nossos Ancestrais?
Os cinco principais estudos conduzidos em seres humanos demonstraram que a Dieta dos Nossos Ancestrais melhora a saúde do ser humano em níveis mais altos do que a Dieta Mediterrânea e da dieta para diabéticos, recomendada pelo órgão americano (FDA) que regula remédios e alimentos. Estes estudos comprovaram que A Dieta dos Nossos Ancestrais também é mais eficaz para o emagrecimento do que estas dietas e é mais nutricionalmente densa, pois se consome mais vitaminas, minerais e fitoquímicos do que a dieta da FDA. Praticamente todos os marcadores sanguíneos são melhorados com a Dieta dos Nossos Ancestrais dentre eles, maiores níveis de colesterol HDL “bom”, menores níveis de LDL e VLDL “ruim”, triglicérides, glicose em jejum, níveis de insulina, entre outros.
3. Qual a popularidade da Dieta nos EUA?
A Dieta dos Nossos Ancestrais é acompanhada por milhares de pessoas nos EUA. Qualquer um pode entrar no site do google trends (http://www.google.com/trends/)
e digitar Primal Diet ou Paleo Diet, como é reconhecida
internacionalmente e acessar o número de pessoas que seguem a dieta. Em
sites como o Mark´s Daily Apple do Mark Sisson (http://www.marksdailyapple.com), existem centenas de
depoimentos e histórias de sucesso de pessoas que seguem a dieta e
muitas informações a respeito. Existem muitos blogs e sites populares
nos EUA com informações sobre a dieta.
5. Qual é a posição da Dieta dos nossos ancestrais em relação ao consumo de carboidratos. Existe alguma porcentagem ideal?
5. Qual é a posição da Dieta dos nossos ancestrais em relação ao consumo de carboidratos. Existe alguma porcentagem ideal?
A alimentação ideal para seres humanos depende de muitos fatores e é
muito diversificada, porém, como demonstrado no atlas etnológico
revisado por Dr. Loren Cordain, existe um padrão de consumo de proteínas
e gorduras de no mínimo 50% das calorias diárias, na maioria das 229
populações isoladas estudadas. Isto significa que existe um padrão de
consumo de alimentos ricos em proteína e gordura em sociedades isoladas.
Existem diversas culturas que consomem grandes quantidades de
carboidratos além das proteínas e gorduras.
Os
carboidratos consumidos por elas são pouco processados, de baixa carga
glicêmica, provenientes na maior parte de vegetais e tubérculos fibrosos
e frutas selvagens, todas as quais sempre foram relacionadas por
estudos como fontes de diversos benefícios a saúde. Não é a toa que os
indivíduos das sociedades isoladas são extremamente magros e saudáveis e
a obesidade é rara.
O que acontece hoje é que os carboidratos que a maioria das pessoas
consomem são de alimentos processados extremamente concentrados, ricos
em açúcar e farinhas refinadas. Estes alimentos processados e cheios de
açúcar estão relacionados com o acúmulo de gordura visceral e o
agravamento de marcadores sanguíneos como níveis triglicérides,
colesterol HDL, glicose em jejum, colesterol VLDL, etc. Ao contrário dos
carboidratos naturais e as gorduras monoinsaturadas, que estão
relacionadas a melhora destes marcadores sanguíneos.
Por este e outros motivos, A Dieta dos Nossos Ancestrais proposta em
meu livro e por diversos cientistas, antropólogos e médicos, sugere o
consumo de quantidades substanciais de alimentos ricos em proteínas e
gorduras principalmente monoinsaturadas de alimentos como peixes e
frutos do mar, iogurtes orgânicos, aves e carnes orgânicas ricas em
Omega 3 e proteína, ovos orgânicos e/ou enriquecidos com Omega 3, óleo
de coco, abacate, azeite de oliva extra virgem, nozes e oleaginosas.
A dieta dos nossos ancestrais enfatiza o consumo de carboidratos
naturais, que são disponíveis em abundância na natureza, como vegetais,
frutas, tubérculos (mandioquinha, batata doce, inhame) vegetais, nozes e
oleaginosas.
Ao consumirmos uma dieta natural, rica em alimentos como os descritos
acima, conseguimos emagrecer e atingir nosso peso ideal, sem nos
preocuparmos com a quantidade de alimentos ou calorias que estamos
consumindo. Isso ocorre devido ao fato de estarmos consumindo alimentos
que estamos mais adaptados geneticamente a consumir, da maneira que foi
determinada por nossos genes ao longo de nossa evolução como espécie,
por mais de 2 milhões de anos.