Não, você não leu errado! A frase é exatamente esta! Seus músculos não
são seus! "Mas o que isso significa?" - você deve estar se perguntando
neste momento. Muito simples. O que, na verdade, esta sentença quer
dizer é que (se você ainda não sabe) nossa musculatura – obtida a duras
penas na academia – não faz parte de nossa gênica. E vale a pena
ressaltar que me refiro a músculos de verdade, não aqueles ridículos
depósitos de óleo que, infelizmente, temos visto por aí ultimamente...
De volta ao assunto, vamos esclarecer a questão: Quando nascemos, as
informações genéticas contidas no núcleo de cada célula de nosso corpo,
nos dão as características que apresentaremos ao longo de nossa vida.
Evidentemente, ao longo do período de duração de nossas vidas, há uma
enorme influência de estímulos oriundos do meio em que vivemos. Este é
um mecanismo que é conhecido como princípio de adaptabilidade.
Às características que herdamos através da herança genética, damos o
nome de genótipo, ou seja, são peculiaridades inatas, determinadas por
nossos genes. Isto inclui desde a cor de sua pele, olhos e cabelos até
detalhes de sua idiossincrasia. Em contrapartida, apresentamos
características que adquirimos ao longo de nossa vida, ou seja,
influenciadas pelo meio. A esta notável capacidade damos a denominação
de fenótipo. Se, por exemplo, você tem a pele clara, mas se expõe com
alguma freqüência ao Sol, ela certamente se tornará mais escura conforme
você aumenta este tempo de exposição. Tudo bem até aí, mas e quanto aos
meus músculos, como não podem ser "meus"? Isso soa absurdo se
você, evidentemente, interpretar o enunciado da frase ao pé-da-letra.
O que de fato quero dizer é, caso pratique alguma tipo de atividade resistida como a musculação – e provavelmente se você se deu ao luxo de ler até aqui, com certeza se inclui neste grupo – certamente possui uma musculatura mais desenvolvida que o normal. Pois bem! Estes músculos que você conquistou, não importa o tempo que você os cultiva, não fazem parte da sua estrutura gênica ou, em outras palavras, são apenas característica fenotípica. O estímulo que você regularmente proporciona através dos exercícios é que mantém o tamanho e a força da sua musculatura. Esta, portanto, não será mantida na ausência de estímulo, ou seja, do treinamento. SEUS MÚSCULOS SÃO RESPOSTA AO TREINAMENTO! Caso interrompa este estímulo, seu corpo gradualmente utilizará todo o excesso (excesso sim, porque o organismo não precisa de músculos além do necessário) e este será convertido em energia.
O que de fato quero dizer é, caso pratique alguma tipo de atividade resistida como a musculação – e provavelmente se você se deu ao luxo de ler até aqui, com certeza se inclui neste grupo – certamente possui uma musculatura mais desenvolvida que o normal. Pois bem! Estes músculos que você conquistou, não importa o tempo que você os cultiva, não fazem parte da sua estrutura gênica ou, em outras palavras, são apenas característica fenotípica. O estímulo que você regularmente proporciona através dos exercícios é que mantém o tamanho e a força da sua musculatura. Esta, portanto, não será mantida na ausência de estímulo, ou seja, do treinamento. SEUS MÚSCULOS SÃO RESPOSTA AO TREINAMENTO! Caso interrompa este estímulo, seu corpo gradualmente utilizará todo o excesso (excesso sim, porque o organismo não precisa de músculos além do necessário) e este será convertido em energia.
Uma das coisas que nosso organismo – através do nosso metabolismo – mais
sabe fazer é manter um estado de equilíbrio energético. Este estado é
conhecido como homeostase. É obtido através de uma cadência de reações
bioquímicas comandada eminentemente pelo fígado. Todas estas vias
metabólicas contribuem para induzir o organismo a um estado onde ocorra o
máximo de equilíbrio. Músculos em excesso, característica extra
genética – a não ser, é claro, que você trabalhe-os com freqüência –
são uma espécie de “luxo” para o organismo e custam muito caro pela sua
simples manutenção.
Qual é então, a mensagem escondida atrás de toda esta explanação preliminar? Muito embora a visão evolucionista moderna, através da teoria epigenética, nos revele que há ínfimas modificações advindas do meio, ou seja, alterações fenotípicas podem – em caráter irrisório – levar a mudanças na expressão gênica e, desta forma, influir no genótipo do indivíduo, isto não é garantia de se fixar tais alterações. Sabemos hoje que o fenótipo é expressão da soma genótipo + ambiente, mas ainda não há provas conclusivas da herança dos caracteres adquiridos.
E quanto a memória muscular? A vantagem desta capacidade (todos nós a temos) é que, por ser também um mecanismo de adaptabilidade, assegura que nos preparemos mais rapidamente frente a estímulos a que já fomos expostos. Em outras palavras, quanto mais tempo foi aplicado o estímulo, mais facilmente você recobrará as aptidões perdidas ao ser novamente submetido a este após um período de inatividade. Isso se apresenta como uma notável estratégia de sobrevivência, adquirida em função de milhões de anos em nossa história evolutiva.
Qual é então, a mensagem escondida atrás de toda esta explanação preliminar? Muito embora a visão evolucionista moderna, através da teoria epigenética, nos revele que há ínfimas modificações advindas do meio, ou seja, alterações fenotípicas podem – em caráter irrisório – levar a mudanças na expressão gênica e, desta forma, influir no genótipo do indivíduo, isto não é garantia de se fixar tais alterações. Sabemos hoje que o fenótipo é expressão da soma genótipo + ambiente, mas ainda não há provas conclusivas da herança dos caracteres adquiridos.
E quanto a memória muscular? A vantagem desta capacidade (todos nós a temos) é que, por ser também um mecanismo de adaptabilidade, assegura que nos preparemos mais rapidamente frente a estímulos a que já fomos expostos. Em outras palavras, quanto mais tempo foi aplicado o estímulo, mais facilmente você recobrará as aptidões perdidas ao ser novamente submetido a este após um período de inatividade. Isso se apresenta como uma notável estratégia de sobrevivência, adquirida em função de milhões de anos em nossa história evolutiva.
É muito comum ouvirmos uma ou outra pessoa dizer: “Nossa, quando você
ficar velho todos estes músculos vão murchar” – Isto é óbvio, não serão
só os músculos que irão “murchar”. Todo o organismo entrará em declínio -
isto é fato - mas certamente é possível assegurar uma velhice plena e
saudável a partir de que semeamos hoje. Treinamento deve ser pensado,
nesta perspectiva, como uma opção pessoal consciente, não como uma
ditadura.
Treinar por meses a fio, com dedicação religiosa, não se traduz como uma atividade temporária. No entanto, há pessoas que treinam SOMENTE com a intenção de estar bem durante algum período específico, no qual seja importante exibir uma boa aparência. Normalmente estas pessoas não conseguem manter sua forma, pois abandonam ou diminuem a freqüência dos treinos. Queixam-se da obrigação de continuar levantando pesos para manterem a forma! Outras ainda arriscam o clichê: “Se você parar de treinar, despenca tudo!” – e estão cobertos de razão, despencará mesmo! Ainda bem, por que isto é que nos diferencia dos demais! Não treinamos para manter músculos, isto é apenas um detalhe! Treinamos pelo prazer de treinar; os músculos são conseqüência! Provavelmente, quando chegar o dia em que a engenharia genética ofereça condições de mudanças corporais sem esforço, ninguém mais valorizará o esforço que empregamos nos dias atuais para estar em forma.
É importante criarmos uma associação entre o treino e a necessidade de manter os músculos grandes e fortes, porém, ainda mais importante é fazer deste expediente uma ideologia, um hábito que faça parte de nossas vidas. Se nos prendermos a simples idéia de que é NECESSÁRIO treinar para manter o que conquistamos, estaremos nos tornando escravos do estímulo. Ora, não é muito mais interessante unirmos o útil ao agradável? Não foram exaustivamente comprovados pela comunidade científica – e continuam sendo – os benefícios da prática da musculação? Não se prenda a inflexível ditadura da NECESSIDADE do treinamento. Transforme esta necessidade, se você ainda a vê desta forma, numa prática prazerosa e agradável. Desta maneira você terá uma longa e, mais importante, saudável trajetória no esporte.
“Aquilo que não nos mata, nos torna mais fortes” (Friedrich Nietzsche)
BONS TREINOS E ATÉ A PRÓXIMA!
Treinar por meses a fio, com dedicação religiosa, não se traduz como uma atividade temporária. No entanto, há pessoas que treinam SOMENTE com a intenção de estar bem durante algum período específico, no qual seja importante exibir uma boa aparência. Normalmente estas pessoas não conseguem manter sua forma, pois abandonam ou diminuem a freqüência dos treinos. Queixam-se da obrigação de continuar levantando pesos para manterem a forma! Outras ainda arriscam o clichê: “Se você parar de treinar, despenca tudo!” – e estão cobertos de razão, despencará mesmo! Ainda bem, por que isto é que nos diferencia dos demais! Não treinamos para manter músculos, isto é apenas um detalhe! Treinamos pelo prazer de treinar; os músculos são conseqüência! Provavelmente, quando chegar o dia em que a engenharia genética ofereça condições de mudanças corporais sem esforço, ninguém mais valorizará o esforço que empregamos nos dias atuais para estar em forma.
É importante criarmos uma associação entre o treino e a necessidade de manter os músculos grandes e fortes, porém, ainda mais importante é fazer deste expediente uma ideologia, um hábito que faça parte de nossas vidas. Se nos prendermos a simples idéia de que é NECESSÁRIO treinar para manter o que conquistamos, estaremos nos tornando escravos do estímulo. Ora, não é muito mais interessante unirmos o útil ao agradável? Não foram exaustivamente comprovados pela comunidade científica – e continuam sendo – os benefícios da prática da musculação? Não se prenda a inflexível ditadura da NECESSIDADE do treinamento. Transforme esta necessidade, se você ainda a vê desta forma, numa prática prazerosa e agradável. Desta maneira você terá uma longa e, mais importante, saudável trajetória no esporte.
“Aquilo que não nos mata, nos torna mais fortes” (Friedrich Nietzsche)
BONS TREINOS E ATÉ A PRÓXIMA!
Excelente texto, muito interessante e bem escrito, foi um prazer lê-lo e com certeza é muito melhor tratar do treino como um hábito saudável e prazeroso do que encará-lo como um sacrifício com fins puramente estéticos. Parabéns!
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