Nome: Ronald Dean Coleman
Nascimento: 13 de Maio de 1964
Apelido: The Unbelievable
Naturalidade: Monroe, Louisiana – EUA
Residência: Arlington, Texas – EUA
Altura: 1,80 m
Peso em off-season: 150 kg
Peso em competição: 135 kg
Braços: 61 cm
Coxas: 86 cm
Peitoral: 147 cm
Website oficial: www.bigroncoleman.com
A História
Ronald Dean Coleman nasceu em 13 de maio de 1964,
em Monroe, Louisiana. No entanto, Ronnie foi criado por sua mãe Jessie Benton
juntamente com um irmão mais novo e duas irmãs mais novas na cidade de Bastrop,
também no estado da Louisiana.
Sempre considerado grande para a idade, Ronnie tentou vários esportes,
destacando-se no futebol (americano). Segundo seus treinadores e colegas de
escola, Coleman sempre foi muito dedicado, sendo o único a passar o verão
todo em uma sala de musculação visando ficar maior e mais forte para a
temporada de futebol no outono.
Ronnie também trabalhava duro, às vezes até em dois empregos (após a escola e
nos finais de semana) para poder ajudar sua mãe com as despesas. Em 1982,
Ronnie Coleman formou-se na High School Bastrop e, em 1986, graduou-se em
Contabilidade pela Universidade Estadual Grambling. Na universidade, Ronnie
chegou jogou futebol americano para os Grambling State Tigers, sob o comando do
famoso treinador Eddie Robinson, mas sempre levou os estudos muito a sério.
Naquela época, os planos de Coleman eram ter uma carreira estável como CPA
(Certified Public Accountant), o que, para a sorte de todos, não se concretizou
(ou nós nunca teríamos ouvido falar em Ronnie Coleman no mundo do
Fisiculturismo).
A mudança para o Texas – Os anos mais difíceis
Em seguida, Ronnie deixou a Louisiana e mudou-se
para Dallas, a procura de melhores oportunidades de emprego em sua nova área.
Em vez disso, ele foi constantemente rejeitado em sua busca, e teve que
entregar jornais e pizzas para bancar suas despesas.
Um dia, enquanto olhava os anúncios no jornal, viu que o departamento de
polícia de Arlington, subúrbio de Dallas, estava contratando.
A ideia de melhores salários e benefícios no trabalho falou mais alto, e Ronnie
se juntou à força. Ele sempre levantou pesos, e continuou a fazê-lo na sala de
musculação da delegacia. Em 1989, um de seus colegas policiais o convenceu a
visitar a Metroflex Gym, que havia inaugurado há apenas dois anos, mas já era
conhecida como a melhor academia hardcore da região, o lar de muitos
fisiculturistas e powerlifters.
Metroflex Gym e vislumbres iniciais da grandeza
O proprietário da Metroflex, Brian Dobson, fala
sobre a primeira vez que ele encontrou Ronnie: “Eu estava precisando de um
parceiro de treino e um oficial de polícia chamado John Morgan me falou sobre
um policial novato que tinha um porte incrível e estava treinando na academia
da delegacia, apenas para manter a forma. Ele pediu para Ronnie me visitar.
Quando ele veio aqui, estava usando um tipo de terno vermelho à moda antiga, tipo
aqueles de brechó. As roupas eram tão apertadas nas pernas e braços que eu
podia ver todas as suas veias aparecendo. Eu soube imediatamente que eu estava
olhando para uma genética freak. No começo, Ronnie estava um pouco
apreensivo, mas eu sou muito bom em persuadir as pessoas a competir. Eu não
acho que ele acreditou em mim quando eu disse que ele poderia ser Mr. Olympia.
Mas isso acabou sendo muito profético. Eu lhe ofereci uma bolsa grátis em troca
de ser meu parceiro de treino e competir pela academia. Ronnie sempre gostou de
um bom negócio, então ele topou. Eu sabia que ele iria para as cabeças do
esporte desde então.”
O estilo de treino de Ronnie até aquele momento era
o de um powerlifter, então, muitas das técnicas e exercícios utilizados por
fisiculturistas eram estranhos para ele. Dobson passou sua experiência e
conhecimento de treinamento para Coleman, e os resultados foram simplesmente
surpreendentes. Brian era um homem muito forte, mas dentro de um ano, o
“novato” de 1,80 m, 97 kg e braços de 50 centímetros havia crescido para
105 kg e ofuscava Brian a cada levantamento. Dentro de um ano, Ronnie conseguia
agachar com 230 kg para 20 repetições profundas, fazer deadlift com mais de 320
kg, leg press com quase uma tonelada e ainda fazer avanços num calor de 37
graus no estacionamento da academia, com 150 kg nas costas. Fazia supino com
230 kg e remada com 200 kg, tudo isso completamente drug-free
até então.
1990 – No palco pela primeira vez
Brian levou Ronnie para sua primeira competição de fisiculturismo depois de ele
ter treinado durante apenas quatro meses e Coleman ganhou com facilidade. O
promotor do Mr. Texas de 1990, Glyke Zguris, ainda se lembra daquele dia
fatídico:
“Quando ele pisou no palco, sendo que minha competição foi a primeira em que
ele pisou, eu ouvi suspiros. Um dos meus juízes veio até mim depois e comentou
que sua parte superior do corpo e, especialmente, seus braços eram do calibre
de Mr. Olympia. Como promotor do evento, muitas vezes eu não queria ouvir
comentários sobre os concorrentes, sejam positivos ou negativos. No entanto, no
show da noite, imprimi um olhar mais atento e sim Ronnie já tinha braços de um superstar.
Ele ainda não tinha o desenvolvimento das pernas, e eu sempre senti que suas
panturrilhas eram “altas”, o que poderia dificultar sua busca por um Mr.
Olympia. Ele certamente superou suas fraquezas, aprimorou sua força e mostrou
seus pontos fortes, escondendo os pontos fracos durante as poses (o que é a
chave para bodybuilding).”
Meses depois, ele varreu os títulos de Heavyweight
e Overall no NPC Texas Championships de 1990, quando conseguiu o direito de
entrar em sua primeira competição classificatória para a divisão profissional,
o NPC Nationals. Naquele ano, o concurso foi realizado em Los Angeles e foi
divulgado que haveria teste anti doping. Pelo menos alguns dos concorrentes
levaram isso a sério, pois caíram de peso e categoria em relação ao ano
anterior. Ronnie ficou em terceiro lugar atrás de Jerry Rodgers e Edgar
Fletcher na Heavyweights, sendo que Al’Q Gurley venceu o lightheavies e o
Overall.
1991 – Último ano como amador
Ronnie não foi amador por muito tempo. Seu segundo e último round no NPC
Nationals o deram o quarto lugar, atrás de ninguém menos que o campeão no
Heavyweight e Overall Kevin Levrone, Flex Wheeler, e do falecido Paul
“Quadzilla” DeMayo. Nos anos anteriores havia um NPC Team Universe, que seria o
NPC usado para enviar os melhores amadores dos Nacionais (que poderiam passar
por um teste antidoping) para a Europa ou Ásia para disputar um Pro Card
contra os melhores amadores do mundo no IFBB World Amateur Championships,
anteriormente conhecido como o Mr. Universo. Ronnie passou no teste e foi
levado para a Polônia, onde ele venceu os melhores pesos pesados do mundo e
ganhou seu IFBB Pro Card.
1992 – Bem-vindo ao Pro, novato!
Ronnie fez sua estreia profissional no Chicago Pro
Show, em 09 de maio, com um promissor 11º lugar. Curiosamente, todos os dez
homens à sua frente estão agora ou aposentados ou mortos. Muitos de vocês nem
mesmo reconhecem metade destes nomes, são eles (na ordem do resultado): Porter
Cottrell, Thierry Pastel, Kevin Levrone, Henderson Thorne, Milos Sarcev, Kevin
McGaunn, Mauro Sarni, Ray McNeil, Flavio Bachiannini, e Bob Paris. Logo atrás
de Ronnie, em 12º, estava Darrem Charles, fazendo sua estréia depois de virar
profissional em 1991 no Caribean and Central American Championships. Algumas
semanas depois, em Nova Iorque, Ronnie entrou no Night of Champions e terminou
14º. Aquele campeonato foi a primeira das vinte vitórias profissionais de Kevin
Levrone, Nasser El-Sonbatty, competindo em seu primeiro evento da IFBB, sequer
se classificou. Naquela época, os vencedores das categorias no World Amateur
Championships IFBB poderiam competir no Mr. Olympia, se assim o desejassem, e
foi assim que Ronnie se classificou para o seu primeiro Mr. O. O concurso foi
realizado em Helsinque, na Finlândia, e o dois marcos da história ali foi o
início da era Dorian Yates (o primeiro dos seus seis títulos no Olympia),
juntamente com o retorno de Lou Ferrigno a uma competição oficial após 17 anos
longe dos palcos (e um decepcionante 12º lugar). Ronnie foi um dos sete
competidores que “empataram” em 16º lugar, o que significa que os juízes não o
classificaram sequer entre os 15 melhores que iriam às finais. Então, em
resumo, Ronnie ficou em último lugar em seu primeiro Mr. Olympia, ainda pesando
em torno de 98 a 100 kg. Entre os que ficaram à frente de Big Ron naquele ano
estava Lee Labrada, Shawn Ray, Mohammed Benaziza, Vince Taylor, Sonny Schmidt,
Ron Love, Steve Brisbois, Al’Q Gurley, e Francis Benfatto. Pelo número de
atletas aposentados e falecidos nesta lista, você pode ter uma ideia de quanto
tempo Ronnie se manteve firme e forte no mundo do fisiculturismo.
1993 – Subindo a ladeira
Com certeza deve ter sido desestimulante para Ronnie ficar fora do Top 10 em
todos os seus três primeiros shows como Pro, no ano anterior. Mas ele sacodiu a
poeira e continuou treinando duro na academia, pois sabia que era a única
maneira de voltar ao jogo. Em 1993, ele participou de quatro shows, todos na
primavera, mas não conseguiu a qualificação para o Olympia daquele ano. Sua
melhor colocação foi o quarto lugar em um dos dois eventos Grand Prix
realizados na França naquele ano, onde Flex Wheeler foi acumulando vitórias
consecutivas em sua temporada de estreia, e Nasser subiu para o terceiro lugar,
atrás de Flex e Vince Taylor. Em todos os outros três concursos, Ronnie ficou
apenas fora do Top 5, em sexto lugar. Flex ganhou um na Alemanha, Porter
Cottrell venceu o Chicago Pro, e o italiano Mauro Sarni “papou” o Niagara Falls
Pro Invitational. Lá, Ronnie foi batido por Jim Quinn e David Dearth. O show em
Niagara foi mais significativo por ser a estreia profissional de uma sensação
de 20 anos de idade chamado Lee Priest, que tinha planejado competir no NPC
amador juntamente com o show Pro. Apenas uma curiosidade: Jim Manion tomou
conhecimento do moleque loiro de braços insanos uma semana antes, na Gold’s Gym
em Veneza, e pediu a Wayne DeMilia para dar ao três vezes Mr. Austrália um Pro
Card. Lee ficou três lugares atrás de Ronnie, em 9º.
1994 – Batendo na porta
Ronnie entrou em três competições na primavera de 1994. No San Jose Pro Show,
ele ficou em quarto lugar atrás de Levrone, Porter Cottrell, e Dearth David.
Ele fez melhor ainda na Europa, terminando em terceiro lugar, tanto no GP
francês quanto no alemão, atrás de Paul Dillett e Vince Taylor. Ambos o
qualificaram para o Olympia, que seria em Chicago. No Olympia, Dorian venceu
seu terceiro Sandow, e Paul Dillett atingiu sua classificação mais alta de
todos os tempos, ficando em 4º. Chris Cormier, estreante no Olympia, ficou com
o 6º. O também estreante Gunter Schlierkamp ficou no empate com mais cinco
competidores, em 16º lugar (último). Era o primeiro ano de Gunter como
profissional, tendo conquistado o Mundial de Amadores no ano anterior. Ronnie
não fez muito melhor, ficando em 15º. Por ter mostrado sinais de ser um dos
favoritos nas competições anteriores, Coleman foi, definitivamente, um fracasso
no Olympia.
1995 – Primeira vitória como Pro
O ano de 1995 viu uma versão maior e melhor de
Ronnie Coleman, uma vez que seu off-season após o Olympia anterior tinha
rendido algo em torno de 8 kg da massa nova. Ele agora tinha um contrato com a
empresa de suplementos Met-Rx, o que aumentava sua renda de policial em tempo
integral. Este foi um grande ano para Ronnie, principalmente por ele ter
ganhado seu primeiro título como Pro, o Canada Pro Cup. Bem atrás dele, em 2º
lugar, estava, curiosamente, Gunter Schlierkamp, que não conseguiria outra
boa colocação até que derrotar Ronnie no GNC 2002. Gunter sequer conseguiu um
Top 5 em seu próximos quinze torneios. Ronnie competiu em mais dois shows
naquela primavera, ficando em 6º no Houston Pro, onde Nasser El-Sonbatty ganhou
seu primeiro show profissional, vencendo novamente semanas depois o Night of
Champions (NOC), onde Ronnie foi terceiro atrás dele e Vince Taylor. Sua
classificação no NOC o qualificou para o Olympia que acontecera no dia 10 de
Setembro, em Atlanta, onde mais uma vez ele não conseguiu uma boa posição.
Ficou em 11º, à frente de Paul DeMayo, mas atrás do agora quatro vezes campeão
Dorian Yates, Levrone, Nasser, Shawn, Vince, Cormier, Mike Francois, Flex, e
Aaron Baker. Ronnie se juntou ao Grand Prix que se seguiu, onde ele ficou em 4º
lugar na França, 6º na Rússia, e 3º na Ucrânia. Até agora, Ronnie estava
ganhando muita experiência de palco e confiança, bem como o tamanho que ele
precisaria para bater de frente com os Tops.
1996 – No páreo
O ano de 1996 foi um ano bom para o astro em ascensão Ronnie Coleman. Em sua
primeira competição na temporada, ele ganhou seu segundo show profissional, de
novo no Canadá Pro Cup. Nos outros dois shows na primavera, Big Ron seria
batido por Flex Wheeler, primeiro no Flórida Pro Invitational e, em seguida, no
fim de semana seguinte, no Night of Champions. Mas o segundo lugar para o
Flex não era nada desprezível, já que Wheeler começou 1996 com sete vitórias e
ainda terminaria o ano com dez. O Olympia daquele ano aconteceu no dia 21 de
Setembro, em Chicago, dessa vez Ronnie entrou no Top 10, com um 6º lugar. Ele
teria ficado em 7º, mas como Nasser foi desclassificado por uso de diuréticos,
ele ganhou uma posição. Uma semana depois, Ronnie fez três shows em três dias,
competindo em eventos do Grand Prix na Espanha, Alemanha e Inglaterra. Dorian
Yates venceu todos os três shows, e Ronnie mostrou consistência, mantendo o 5º
lugar em cada uma das competições.
1997 – A calma antes da tempestade
Ronnie competiu em onze campeonatos em 1997 e venceu apenas um, o Grand Prix
Russo. Porém, houve uma virada crítica nos acontecimentos, uma vez que ele
conseguiu bater vários atletas que haviam chutado sua bunda todas as vezes até
então: Levrone, Nasser, Cormier e Dillett. Mesmo assim, Kevin foi venceou seis
outros eventos na Europa, onde as colocações de Ronnie oscilaram para cima e
para baixo: República Checa (4º), Inglaterra (5º), Finlândia (3º), Alemanha (5º
– Markus Ruhl fez sua estréia profissional lá, ficando em10º) , Hungria (6º) e
Espanha (7º). Curiosamente, Lee Priest venceu Ronnie em três dos seis shows, e
Ronnie venceu Priest nos outros três. Ronnie competiu no Arnold Classic pela
primeira vez e foi o 4º, logo após a 3ª colocação no Ironman Pro atrás de Flex
e Sacerdote. Logo após o Ironman e o Arnold, ele foi para o San Jose Pro Show e
terminou em 6º. Em seu último Olympia antes de começar seu reinado, Ronnie
terminou quase no fundo do Top 10, em 9º, atrás de Dorian (em sua sexta e
última vitória), além de Nasser, Shawn, Levrone, Dillett, Priest, Jean-Pierre
Fux, e Chris Cormier . O mais incrível é que nenhum desses atletas tinha a
menor ideia de que eles nunca venceriam Ronnie novamente no Olympia. Kevin
Levrone ainda o venceria uma última vez poucos meses depois, mas essa seria a
última vez que ele bateria Coleman em uma competição de fisiculturismo.
1998 – O início da era Coleman
Ronnie começou este ano marcante de sua carreira
com uma derrota para Kevin Levrone em San Jose, mas, após isso, começou a
trucidar Kevin ganhando o Toronto Pro e o Night of Champions, na primavera.
Depois foi para o Olympia, em Nova York, no dia 10 de Outubro. Para este
evento, Ronnie trabalhou com um nutricionista chamado Chad Nicholls, indicado
por Flex Wheeler. Seria o início de uma parceria que durou muitos anos. Uma
multidão de 5600 fãs esgotou os ingressos e estava lá para ver quem iria suceder
o Rei Dorian, então aposentado das competições. Os favoritos eram Flex
Wheeler, que totalizava quinze vitórias em sua carreira profissional e que
muitos consideravam o físico mais perfeito de todos os tempos, e Nasser, que
tinha sido o 2º colocado no Olympia anterior, muito próximo de Dorian. Ronnie
não tinha muita publicidade tempos antes do show, mas isso não fez diferença
quando ele entrou no palco com seus 114 kg de músculo seco e fibrado. Flex foi
um adversário difícil, chegando a ganhar no quesito simetria, mas, no final das
contas, Ronnie vencido com uma pequena margem de 3 pontos. Mesmo tendo acabado
de vencer Flex, poucos acreditavam que Ronnie iria manter-se no topo por muito
tempo, como Dorian manteve-se por seis anos seguidos, ou muito menos por oito
anos, como o recordista Lee Haney. Certamente Flex, Nasser, Shawn ou Kevin
iriam por suas mãos no troféu Sandow seguinte. Mas, infelizmente para todos
estes grandes atletas, com 34 anos, Ronnie estava apenas se aquecendo e
entrando em seu auge.
1999 – Imbatível
Agora que ele era o Mr. Olympia, Ronnie pulou a temporada da primavera,
concentrando-se exclusivamente no treinamento para manter o seu título, como
Dorian e Lee tinham feito antes dele. Afinal, quando você é o número um, o que
mais você tem que provar? A estratégia mostrou-se sábia, pois ele ganhou seu
segundo título com pontuação perfeita, no primeiro ano que o evento mudou-se
para Las Vegas. Flex Wheeler estava tão chateado por ter sido vice-campeão mais
uma vez que ele virou as costas para os juízes e o público, tirou a medalha do
pescoço, e fez o sinal de “número um” com o dedo, para mostrar que ele se
sentiu “roubado”. Ronnie viajou para a Inglaterra e Roma a venceu dois eventos
Grand Prix, batendo Flex uma segunda e terceira vez naquele ano.
2000 – Três por três novamente
O ano 2000 foi um déjà vu. Ronnie foi para Las Vegas ganhar seu terceiro Sandow
consecutivo com um resultado perfeito, agora pesando 120 kg. Mais uma vez ele
ganhou dois shows na Europa logo depois, mas a surpresa desta vez foi um jovem
chamado Jay Cutler. Jay tinha terminado apenas em 14º em seu primeiro Olympia
(1999) e em 8º em 2000, mas em ambos os Grand Prix ele ficou atrás somente de
Ronnie. Isto preparou o terreno para a sua “revanche” um ano depois, no
Olympia.
2001 – Coleman desliza e Cutler se aproxima
Ronnie deve ter decidido que ele não se importaria de ter um Hummer e U$
100.000,00 extras em sua conta bancária. Então, ele quebrou a tradição e
competiu no Arnold Classic, em março, ganhando com folga com seus 120 kg
“rasgados”. Até hoje, muitos consideram ser este o melhor físico que Ronnie já
exibiu em um palco, como a cintura rígida, físico fibrado e “cheio”, com
excelente condicionamento. No entanto, ele pagou um preço por competir na
primavera e apresentou-se um pouco “off” no Olympia. Sorte de Jay Cutler, que
apareceu absolutamente fenomenal naquele ano, no melhor shape de sua vida. De
repente, parecia que Ronnie não era imbatível, afinal. Os juízes consideraram
que Jay venceu Ronnie nas duas primeiras rodadas, o prejudging todo. Indo para
o show final da noite atrás de Jay, Ronnie de alguma forma conseguiu melhorar
seu físico, vencendo as duas últimas rodadas e ganhando o Olympia mais
uma vez, com uma vantagem de seis pontos. Ronnie terminou o ano com uma viagem
à Nova Zelândia para um Grand Prix, que ele venceu com folga.
2002 – Ronnie como um azarão? A derrota controversa
As revistas Weider aproveitaram a oportunidade para
promover Jay Cutler como o encarregado de ganhar o próximo Mr. Olympia, e em
todo o ano seguinte ele contou com uma blitz de publicidade nunca antes vista.
Mas esta grande revanche nunca se materializou, visto que Jay astutamente
decidiu renunciar ao Olympia daquele ano e se concentrar em ganhar o primeiro
de seus três títulos consecutivos do Arnold Classic. Ronnie, depois de ter tido
que ouvir os críticos falarem sobre quão fora de forma ele estava no Olympia de
2001 (embora ele estivesse longe de estar fora de forma), se superou e chegou
no Olympia com um físico rasgado, desenhado e seco, porém com 113 kg. Isso
daria ao seu velho inimigo Kevin Levrone a chance de vencê-lo, embora as pernas
de Kevin já não eram tão impressionantes como no passado. Ronnie venceu as duas
rodadas do prejudging com pontuação perfeita, mas Levrone virou o jogo na
final, vencendo as rodadas de poses individuais e o posedown. Mesmo assim,
Ronnie ainda venceu por nove pontos.
A surpresa da noite foi Gunter
Schlierkamp, que saltou para o 5º lugar com 135 kg, depois de não conseguir
fazer melhor do que 12º lugar nos quatro Olympias anteriores. Ronnie foi até a Holanda
para vencer um Grand Prix e retornou para participar do GNC Show of Strength,
no fim de semana seguinte, para esta que seria a derrota mais controversa de
sua carreira – para ninguém menos que Gunter! Schlierkamp era muito popular
entre os fãs e entre os Weider, mas a vitória parecia praticamente impossível
de se justificar, o que deixou Ronnie com um gosto amargo na boca, bem como um
desejo ardente de vingança.
2003 – Redenção
O ano de 2003 foi o ano da “Guntermania” nas
revistas Weider / AMI. Jay ainda estava sendo promovido como uma ameaça à coroa
de Ronnie, uma vez que ele havia anunciado sua intenção de competir no Olympia
de novo, mas Gunter Schlierkamp é que foi apontado por eles como o homem que
Ronnie deveria temer. Muitos dos entendidos em bodybuilding coçavam a cabeça e
pensavam, eles estão falando sério? Será que eles realmente pensam que podem
fazer esta lavagem cerebral nas pessoas para que todos acreditem que Gunter,
com aquela cintura larga e articulações grandes, teria uma chance sequer de se
tornar Mr. Olympia, só porque ele tinha conseguido vencer Ronnie numa decisão
de merda no GNC? Aparentemente, o pessoal da Weider / AMI estava falando sério.
A imagem de Gunter foi impressa em várias capas e artigos de suas edições, e
sua vitória sobre Ronnie no GNC era trazida a toda sempre. Enquanto isso,
Ronnie Coleman estava ocupado em Arlington, treinando com a certeza que ele não
só venceria o Olympia de novo naquele ano, mas como o faria de forma tão
convincente que qualquer pessoa que tivesse duvidado dele iria acabar se
sentindo como um idiota. Dois meses antes do show, ele filmou o DVD “The
Cost of Redemption”. Se Gunter ou qualquer outro dos outros rivais de
Ronnie tivessem assistido o vídeo antes do Olympia, eles saberiam que estavam
ferrados. E, de fato, a partir do segundo em que Coleman entrou no palco com
seus 132 kg rasgados e maior do que nunca da cabeça aos pés, era Game Over.
Gunter repetiu o 5º lugar do ano anterior, o que muitos consideraram ser um
“presente”, pois ele não estava bem condicionado desta vez. Jay conseguiu o 2º
lugar, repetindo sua posição de 2001, mas desta vez ele não tinha condições de
vencer. Ronnie venceu o seu sexto título de Mr. Olympia, com um resultado
perfeito, calando a boca dos críticos e deixando um recado de que ele não
estava para brincadeiras. Após isso, ele fez um Grand Prix na Rússia e venceu
com facilidade.
2004 – Não é deste mundo
Dizer que nenhum outro competidor no Olympia 2003 chegou aos pés de Ronnie não
seria exagero. Qualquer breve lampejo de vulnerabilidade de Coleman tinha ido
embora. O homem ia fazer 40 anos de idade quando foi para o seu sétimo título,
mas os efeitos da idade em atletas pareciam não se aplicar a ele. Mais uma vez,
Cutler, agora três vezes campeão do Arnold Classic, foi considerado como o
sucessor. E outra medida duvidosa foi tomada, parecendo ter sido projetada
especificamente para dificultar a vitória de Ronnie. Como se explica o fato de
que as pontuações do prejudging, as quais Ronnie tinha uma vantagem
monstruosamente grande, foram desconsideradas no início da Rodada Desafio? Era
como se a competição fosse praticamente reiniciada. Mas Ronnie não estava
preocupado, e não tinha mesmo razão para estar.
Desta vez, eram 135 kg.
Evidentemente, ele não estava tão “trincado” quanto no ano anterior, mas Cutler
também tinha abrido mão de um pouco de condicionamento para competir com 122
kg. Ronnie ganhou seu sétimo título com pontuação ainda perfeita, então foi
para a Europa e venceu os Grand Prix na Inglaterra, Holanda e Rússia para
terminar o ano com mudanças um pouco mais de grana no bolso e mais três
vitórias em sua carreira, elevando seu total de vitórias na IFBB até à data
para 25.
2005
Este seria o ano que Ronnie Coleman esperava
empatar com o grande Lee Haney, com oito vitórias no Olympia. Coleman ainda
enfrenta forte oposição na forma de Jay Cutler, que tinha melhorado a suas
costas ao ponto em que muitos diziam ter se equiparado a Ronnie na pose Back
Double Biceps. Gustavo Badell também estava em excelente shape e ansioso para
“bater” o rei novamente, como fez na Rodada de Desafio no ano anterior. A
esperada batalha entre Ronnie e o jovem gigante russo Alex Federov nunca se
materializou, uma vez que Fedorov se apresentou fora de forma e com uma lesão
no peitoral. Cutler pôs fogo na briga, mas no final, os 128 kg de Ronnie
emergiram triunfantes e ele juntou-se a Haney como os maiores campeões de
Olympia de todos os tempos. Se ele quebrasse o recorde em 2006, seria
necessário que outro atleta vencesse a competição por 10 anos para ultrapassar
a sua realização. As probabilidades de isso acontecer são muito, muito pequenas,
uma vez que é difícil imaginar alguém que tenha, além de uma excelente
combinação de genética, ética, trabalho, fé e puro amor pelo que faz.
2006 – “Todo grande campeão perde”
Ronnie planejava entrar no Mr. Olympia ainda maior
e mais freak do que tinha entrado em 2004 – finalmente, sobre a lendária
marca dos 135 kg secos. E quando ele entrou no palco da Arena Orleans em 29 de
Setembro, ele tinha cumprido a sua promessa – mas isso teve um preço. Ronnie
estava insanamente grande e “cheio”, mas tinha sacrificado um pouco de
condicionamento e definição. Grande parte de seu peso era apenas a retenção de
água excesso de carb-load, o que ficou evidenciado na segunda noite do
show, quando ele se apresentou bem mais definido. Mas aí já era tarde demais.
Os juízes tinham feito as suas mentes na noite anterior durante as comparações.
Outro fator contra Ronnie era o que parecia ser uma lesão muscular ou lesão no
nervo no lado esquerdo de suas costas, então ele planejou fazer uma ressonância
magnética mais tarde, para avaliar e diagnosticar o problema. Com dor no
coração Ronnie teve que ouvir pela primeira vez em mais de oito anos o nome de
outra pessoa sendo anunciado como Mr. Olympia.
No começo, Ronnie estava cabisbaixo, mas ele rapidamente recuperou a sua
compostura. Mais tarde naquela noite, ele disse a amigos e familiares, “Todo
grande campeão perde, seja Ali, Jordan ou Tiger Woods. Eu não estou acabado
ainda.” Mesmo perdendo mais três vezes para Cutler na semana seguinte, na
Europa, a determinação de Coleman para recuperar sua coroa não diminuiu.
Certamente muitos acharam que Ronnie seria sensato para pendurar as anilhas e
se aposentar enquanto está no topo, ao invés de arriscar uma outra derrota
humilhante. Mas este não é o estilo do Big Ron. Ele permaneceria no próximo ano
fazendo tudo que poderia voltar e roubar o Sandow das mãos de Jay Cutler, que
não iria entrega-lo sem luta. A última vez que Ronnie havia perdido antes foi
no GNC Show, para Gunter em 2002, e esta derrota o levou a subir no palco do
Olympia do ano seguinte e simplesmente esmagar seus rivais. Será que ele
poderia fazer isso novamente em 2007?
2007 – O último Olympia
Desta vez, infelizmente, a idade pesou contra Ronnie. Com 43 anos, as
lesões e a “GH Gut” fizeram com que Coleman já não fosse mais o mesmo. O corpo
sentiu os anos e anos de treinamento intenso, pesadíssimo, e ele não conseguiu
atingir sua plena forma. O quarto lugar, atrás de Jay Cutler, Victor Martinez e
Dexter Jackson encerrou a participação do Inacreditável Big Ron em Olympias.
Porém, sua carreira vitoriosa fala por si, sendo indiscutível dizer que Coleman
foi o maior e melhor fisiculturista de todos os tempos, e suas marcas ficarão
para a eternidade.
Estilo Ronnie Coleman
Video mais famoso de Ronnie, The Unbelievable, foi filmado apenas cinco
semanas antes do Mr. Olympia 2001. Naquele DVD, Ronnie estava em dieta, perto
da condição de competição, com low-carbs e muito cardio. Big Ron ainda
não deixa o estresse e a fadiga roubar-lhe a alegria que lhe traz o
levantamento de peso. Outros atletas parecem zumbis entre as séries, mas Ronnie
sorri e solta seus famosos bordões, especialmente antes de alguma série pesada:
“Light weight, baby!”
“Ain’t nuttin’ but a peanut!”
‘Yeah, buddy!”
“Everybody wanna be a bodybuilder, but don’t nobody wanna lift no heavy-ass
weight!”
Eles certamente fazem parte de sua estratégia mental, mas eles também indicam
que o treinamento é pura diversão para o grande homem. Também pode ser o seu
trabalho, mas no caso de Ronnie, ele ama seu trabalho. No seminário da vitória
do Mr. Olympia em 2003, Ronnie disse à plateia que ele sempre treina duro,
muito depois de competições.
Mas o que está nas entrelinhas é que Coleman ama treinar. Está no sangue. Ele
levantava pesos muito antes de pensar em se tornar fisiculturista. Para ele,
nada poderia tomar o lugar do desafio que enormes quantidades de ferro podem
oferecer fornecer. A academia é o seu campo de provas, o seu playground, e seu
santuário.
Tenho a certeza de sua fé cristã tem algo a ver com isso, mas Ronnie opta por
levar uma vida mais simples, livre de drama e reviravolta. Ele vive em
Arlington, Texas, perto de sua família, ao invés de viver em um ritmo mais
acelerado de uma cidade reluzente como Los Angeles ou Las Vegas.
O treinamento de Ronnie também é notavelmente
consistente. Ele disse que a forma como ele treina agora (ou nos últimos anos
antes de se afastar das competições) é exatamente o mesmo que ele fazia desde
que começou na musculação, até os exercícios e divisão dos grupos por dia. Ele
não tem dias pesados e dias leves para diferentes grupos musculares, ou
divisões do ano em fases distintas, nada disso. A maioria dos Pro’s treina de
maneiras diferentes no off-season, com foco nos exercícios básicos com
peso livre, pesos pesados, e poucas repetições. Quando eles estão a 12-16
semanas de uma competição, seus treinos começam a mudar para movimentos mais
isolados, mais cabos e máquinas e os pesos mais leves, com repetições mais
elevadas. A única maneira de você saber se Ronnie estava no off-season ou em
dieta para o Olímpia, apenas vendo-o treinar, era reparar se ele estava mais
definido. Os movimentos fundamentais, como o agachamento, supinos e
levantamento terra ainda são feitos, e o treino continua pesado até o dia
do show. Você também precisa ter em mente que ele também inclui movimentos de
isolamento, mas ele pode fazer os dois tipos de exercícios na semana, uma vez
que ele treina cada parte do corpo duas vezes por semana. Poucos homens podem
lidar com essa carga de trabalho, mental ou fisicamente.
Outra prova máxima de Ronnie e seu estilo de treinamento é o “Keep It Simple,
Stupid!” Outros Bodybuilders estão constantemente à procura de melhores formas
de treinar, e isso é bom, mas ao fazer isso, certamente desperdiçam uma grande
quantidade de esforço ou desviam o foco. Ronnie encontrou o que funciona para
ele e se agarrou nisso, nunca duvidando de si mesmo ou sentindo a necessidade
de contratar um treinador para leva-lo para academia e fazê-lo sonhar com novos
ângulos e exercícios inovadores para manter seu interesse.
A carreira de Ronnie Coleman inclui:
- 2007
Mr. Olympia – (4nd)
- 2006
Mr. Olympia – (2nd)
- 2005
Mr. Olympia – (1st)
- 2004
Mr. Olympia – (1st)
- 2003
Mr. Olympia – (1st)
- 2002
Grand Prix Holland – (1st)
- 2002
Mr. Olympia – (1st)
- 2001
New Zealand Grand Prix – (1st)
- 2001
Mr. Olympia – (1st)
- 2001
Arnold Classic – (1st)
- 2000
JOE WEIDER’S WORLD PRO CUP – (1st)
- 2000
Grand Prix England – (1st)
- 2000
IFBB Mr. Olympia – (1st)
- 1999
IFBB Grand Prix England – (1st)
- 1999
IFBB Joe Weiders Pro World – (1st)
- 1999
IFBB Mr. Olympia – (1st)
- 1998
IFBB Mr. Olympia – (1st)
- 1997
IFBB Arnold Classic – (4th)
- 1997
IFBB Grand Prix Czech Republic – (4th)
- 1997
IFBB Grand Prix England – (5th)
- 1997
IFBB Grand Prix Finland – (3rd
- 1997
IFBB Grand Prix Germany – (5th)
- 1997
IFBB Grand Prix Hungary – (6th)
- 1997
IFBB Grand Prix Russia – (1st)
- 1997
IFBB Grand Prix Spain – (7th)
- 1997
IFBB Ironman Pro Invitational – (3rd)
- 1997
IFBB Mr. Olympia – (9th)
- 1997
IFBB San Jose Pro Invitational – (6th)
- 1996
IFBB Grand Prix England – (5th)
- 1996
IFBB Grand Prix Germany – (5th)
- 1996
IFBB Grand Prix Spain – (5th)
- 1996
IFBB Night of Champions – (2nd)
- 1996
IFBB Mr. Olympia – (6th)
- 1995
IFBB Grand Prix France – (4th)
- 1995
IFBB Grand Prix Russia – (6th)
- 1995
IFBB Grand Prix Ukraine – (3rd)
- 1995
IFBB Night of Champions – (3rd)
- 1995
IFBB Mr. Olympia – (11th)
- 1994
IFBB Mr. Olympia – (15th)
- 1993
IFBB Chicago Pro Invitational – (6th)
- 1993
IFBB Grand Prix France – (4th)
- 1993
IFBB Grand Prix Germany – (6th)
- 1993
IFBB Niagara Falls Pro Invitational – (6th)
- 1991
NPC Nationals – Heavyweight – (4th)
- 1991
IFBB World Amateur Championships – Heavyweight – (1st)
- 1990
NPC Nationals – Heavyweight – (3rd)
- 1990
Mr. Texas – Heavyweight & Overall – (1st)
E os seguintes DVD’s:
- First Training Video (1997)
- The Unbelievable (2001)
- The
Cost Of Redemption (2003)
- On The Road (2005)
- Relentless
(2006)
- Invincible
(2007)
Os dias atuais
Hoje com 47 anos, Ronnie Coleman ainda vive em Arlington, continua treinando e
fazendo apresentações como convidado em eventos e inaugurações de academias
mundo afora (Guest Posing). Além disso, Big Ron lançou recentemente sua própria
linha de suplementos: A Ronnie Coleman Nutrition (RCN). Considerado por muitos
o maior fisiculturista de todos os tempos, Ronnie é ainda muito respeitado no
mundo todo, sendo, juntamente com Lee Haney, o maior vencedor do Mr. Olympia,
com 8 títulos.