Treinar até a falha é um termo muito desconhecido para atletas de academias,
que foram ensinados e estimulados a treinar baseados no somatório de
repetições. Porém, um número definitivo de séries e repetições que possa
padronizar resultados ótimos para todos os indivíduos ainda é uma
utopia, pois o maior diferencial do treinamento com peso é a
individualidade biológica.
Para
podermos treinar em um conceito subjetivo e não numérico, devemos levar
em consideração que nossos atletas não são máquinas. Teremos que
identificar, através das expressões corporais, o real estado de nosso
atleta, pois, em um treinamento de alta intensidade, serão expostos
todos os limites físicos e psíquicos, a falta de descanso, a má
alimentação ou o estresse serão limitantes da utilização da falha e,
principalmente, da falha total. Em um treinamento
de alto nível, devemos ter o feeling para perceber até onde nosso
atleta deve ser exigido para evitar ao máximo o risco de lesões e
realmente poder executar os exercícios de maneira correta ao
predisposto.
PERCEPÇÃO DO TRABALHO SUBMÁXIMO
Nesta
série, o trabalho deve ser suspenso antes que haja a utilização
excessiva de outro músculo, a não ser o motor primário ou o
músculo-alvo, ou seja, antes que o atleta apresente qualquer dificuldade
na realização do movimento. O atleta não deve ter saído da posição
correta, nem oscilado o tronco para qualquer lado, e a respiração estar
normal. Não se deve utilizar método de treinamento avançado, muito menos
a ajuda de um companheiro.
Este tipo de esforço deve ser estimulado
para atletas iniciantes ou em recuperação, que não podem atingir a falha e muito menos a falha total.
TREINAR ATÉ A FALHA
Já
elevamos o atleta a um esforço considerável. A fase concêntrica será
exigida ao máximo, porém, não se faz necessário a utilização de qualquer
tipo de ajuda. Poderá haver um pequeno acúmulo de lactato na
musculatura alvo, causando uma breve sensação de ardência. Ao perceber
excessiva ativação de músculos auxiliares ou sinergistas o parceiro ou
treinador deve comandar o cessar das execuções.
TREINAR ATÉ A FALHA TOTAL
Agora
que já vencemos a falha concêntrica do músculo, é hora de colocar o
sangue nos olhos, chamar o parceiro de treino e buscar superar os 100%
da fase positiva ou concêntrica. Para isso, devemos atingir a falha na
fase excêntrica da contração muscular, já que a concêntrica já foi
utilizada ao máximo, utilizando princípios de treinamento avançados,
como trabalho ajudado e roubado. Nesse esforço, “gemidos”, “berros” e
caras feias são aceitos; a respiração
tende a travar e merece uma atenção para evitar a realização do
exercício em manobra de Valsava (que nada mais é do que realizar o
exercício com a respiração obstruída, aumentando a pressão
intra-abdominal e intratorácica, devido a contração dos músculos
responsáveis pela respiração; isso pode levar a um déficit cardíaco,
fazendo com que o cérebro exija um aumento do batimento cardíaco e da
pressão sanguínea).
Essa é a hora do parceiro de treino ou o treinador
estimular o atleta a vencer limites antes inimagináveis, vencer
barreiras e conduzir suas possibilidades de produzir movimento, quando
pensava que estava tudo acabado, com técnica e segurança. Isso somente
os experientes e seguros no que fazem podem conduzir através de
estímulos como:
- Mais uma animal! (resgata nossa origem humilde e zoológica)
- Essa é a hora de crescer, guerreiro! (o caráter bélico do predador e conquistadores que somos em nossa origem)
- Não desista! (predestinados a vitória jamais desistem)
Fonte: Musculação – Intensidade Total / Professor Waldemar Guimarães
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