O músculo esquelético é dividido em dois tipos de fibras, dependendo de sua atividade metabólica e sua função mecânica.
As fibras tipo 2, conhecidas como fibras rápidas ou brancas, são
subdivididas em dois tipos, de acordo com seu nível de atividade
metabólica. Ambos os tipos são fibras de contração rápida e têm elevadas
força e velocidade de contração.
Acredita-se que a proporção de fibras tipo 1 e 2 nos indivíduos sejam
definidas geneticamente, com pouca capacidade de interconversão de um
tipo a outro. Já a interconversão entre os tipos 2, A e B, é muito mais
comum, dependendo do tipo de treinamento atlético.
Prevenção de lesões musculares
As lesões musculares podem ser evitadas através de um bom
condicionamento físico, aeróbico, trabalhando a força muscular
adequadamente e mantendo um bom alongamento da musculatura esquelética.
Mecanismos de Lesão Muscular
As lesões musculares podem ocorrer por diversos mecanismos, seja por
trauma direto, laceração ou isquemia. Após a lesão, inicia-se a
regeneração muscular, com uma reação inflamatória, entre 6 e 24 horas
após o trauma. O processo de cicatrização inicia-se cerca de três dias
após a lesão, com estabilização em duas semanas. A restauração completa
pode levar de 15 a 60 dias para se concretizar.
As principais causas de lesão são o treinamento físico inadequado, a
retração muscular acentuada, desidratação, nutrição inadequada e a
temperatura ambiente desfavorável.
As lesões musculares podem ser classificadas em quatro graus: grau 1 é
uma lesão com ruptura de poucas fibras musculares, mantendo-se intacta a
fáscia muscular; grau 2 é uma lesão de um moderado número de fibras,
também com a fáscia muscular intacta; lesão grau 3 é a lesão de muitas
fibras acompanhada de lesão parcial da fáscia; grau 4 é a lesão completa
do músculo e da fáscia (ou seja, ruptura da junção músculo-tendínea.
O lesão muscular por estiramento pode ocorrer nas contrações
concêntricas ou excêntricas, sendo muito mais comum nesta última, com a
falha freqüentemente ocorrendo na junção miotendínea.
O diagnóstico é realizado pelo exame clínico, em que se percebe a nítida
impotência funcional e pelos exames complementares que podem auxiliar
também no tratamento e na prevenção de novas lesões.
Exames laboratoriais, como de Sódio, Potássio, Cálcio, Fosfato,
Magnésio, VHS, podem ser úteis em determinadas situações, a critério do
médico.
Na suspeita de uma doença da tireóide, em que podem ocorrer lesões
musculares de repetição, pode se solicitar exames de marcadores desta
glândula.
Na suspeita de lesões ósseas, como avulsões, os exames radiográficos podem ser úteis.
A Ultrassonografia, a Tomografia e a Ressonância Magnética também podem
ser consideradas para auxiliar no diagnóstico e tratamento, tendo em
vista que a correta localização anatômica da lesão é fundamental para o
tratamento e previsão de retorno ao esporte.
Tratamento
A imobilização do músculo após a lesão, como em qualquer outro tecido,
pode levar a atrofia e portanto deve ser evitada. A perda de massa
muscular ocorre rapidamente e depois tende a estabilizar e a perda de
força ocorre simultaneamente. A resistência à fadiga diminui
rapidamente.
Já a mobilização precoce aumenta a resistência das fibras à tensão,
melhora a orientação das fibras e mantém uma adequada vascularização do
músculo, evitando a atrofia muscular.
Deve-se instituir de imediato a aplicação de gelo local, repouso
relativo e medicações anti-inflamatórias. Após dois a três dias
inicia-se então o tratamento fisioterápico, com ênfase na mobilidade e
fortalecimento muscular e melhoria da resistência. A seguir trabalha-se a
propriocepção e o condicionamento geral do atleta, inclusive aeróbico e
o retorno gradativo às atividades, com liberação completa ao esporte
quando o atleta se encontrar nas mesmas condições pré-lesão e sentir
segurança para retornar.
Para o retorno do atleta à atividade, este deve possuir uma amplitude de
movimento articular normal, estar completamente sem dor, edema ou
derrame, com uma força muscular de no máximo 20% da normal e
condicionamento cardio-respiratório normal.
Fonte: Tratando Atletas - Fisioterapia Desportiva
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