Biografia de
Evan Centopani, um fisiculturista muito bom que logo estará
brigando pelo Mr. Olympia. Esse ano ele ficou em 4º lugar no Arnold Classic.
Meu nome é Evan Michael Centopani.
Nasci dia 7 de Abril de 1982, em Bridgeport, uma cidade próxima à Nova Iorque,
mas cresci em Monroe, um pequeno subúrbio na região.
Se na minha infância alguém tivesse falado
que eu me tornaria um fisiculturista, ninguém acreditaria. Eu sempre estive
acima do peso, era o típico garoto gordo. Sempre fui a maior criança de
qualquer time de futebol, nunca conseguia acompanhar meus amigos nas corridas e
odiava ficar num vestiário.
Sempre gostei de ir à praia ou nadar em
uma piscina, mas tirar a camisa na frente de todos me deixava sem jeito. Eu
tinha muita vergonha do meu corpo.
Evan é o
gordinho no meio dos meninos
|
Todos diziam que eu era um ótimo jogador
de futebol, mas eu nunca quis seguir adiante nesse esporte. Para dizer a
verdade, nunca gostei muito de esportes. Eu sou filho único e sempre gostava de
fazer as coisas por conta própria, nunca me senti bem fazendo parte de uma
equipe e até hoje não gosto que digam o que tenho que fazer.
Mesmo assim, no primeiro ano de ensino
médio eu pesava 100 kg, e meus amigos me convenceram a entrar no time de
futebol americano. Eu passei a primavera treinando, e acabei percebendo que
gostava muito de treinar, mas isso não tinha nenhuma relação com o futebol
americano. Perdi 20 Kg rapidamente, e exercícios físicos se tornaram meu foco,
principalmente as corridas.
Posso me lembrar como se fosse ontem,
voltei de férias com 70 Kg, todos na escola comentaram sobre minha
transformação. Devo admitir que me senti muito bem, diferente de qualquer coisa
que havia sentido em toda minha vida.
Pela primeira vez na minha vida, eu era
capaz de usar todas as roupas que queria, podia tirar a camisa na praia sem me
incomodar. Finalmente podia desfrutar de coisas que são banais para a maioria
das pessoas.
Percebendo que talvez tivesse ficado um
pouco magro demais, decidi que era hora de ganhar peso novamente, mas dessa vez
seria em músculos. Meu tio deixou que eu usasse uns pesos que ele tinha no
porão da sua casa. Depois de alguns meses, investi no meu próprio equipamento e
comecei a treinar no porão da minha casa. Era um equipamento básico, mas
permitia que eu trabalhasse todo meu corpo. Por um lado foi até bom, pois com
poucos recursos eu aprendi a ser muito criativo nos meus treinos.
Quando me formei no colegial, tinha cortado
os exercícios aeróbicos e me dediquei por completo ao treinamento com pesos.
Estava com 100kg e um corpo muito sólido. Comecei a me preocupar com a minha
nutrição, e adotei um estilo de vida totalmente voltado a musculação. Nunca fui
de beber ou sair demais, mas me conscientizei do meu novo estilo de vida. Eu
queria melhorar o meu corpo cada vez mais, e minhas decisões foram traçadas em
torno desse objetivo.
Durante meus primeiro anos na
Universidade, fiz um grande progresso. Até o final do segundo ano tinha chegado
aos 125 kg. Estava comendo tudo que via pela frente e treinando muito pesado.
Apesar do meu tamanho e força atingirem novos níveis, senti que estava grande
demais e resolvi perder um pouco, ficando com 113 Kg. Estava bem melhor.
Meu amigo Dennis me convenceu que seria
uma boa ideia fazer um intercambio. Passei o próximo semestre em Florença, na
Itália, e olhando para trás, foi uma das melhores coisas que já fiz. Treinei
numa ótima academia chamada “Academia Cisne” e comia sempre como se fosse minha
última refeição. Nunca havia comido e dormido tanto na minha vida.
Depois que me formei, comecei a trabalhar
em tempo integral para uma companhia de seguros, como um buscador de títulos.
Era difícil me alimentar corretamente, pois ficava na rua o dia inteiro. Acabei
resolvendo o problema preparando minha comida com antecedência e levando uma
marmita comigo todos os dias. Minha vida estava organizada.
Um tempo depois, fiquei amigo de Ron Rich,
que treinava na mesma academia que eu. Ron era o maior cara da academia, e
começamos a treinar juntos. Ele acabou me convencendo a competir. Tentei
explicar que competir não passava pela minha cabeça e treinava para mim, não
para os outros, mas ele não aceitou minha resposta. Em poucos meses, estava me
preparando para a minha primeira competição.
Há quatro semanas do torneio, meu amigo
Jay Piccirillo me ligou dizendo que tinha descoberto que eu ia competir, e
queria me apresentar algumas pessoas que poderiam me ajudar. Ele me levou até o
Gold’s Gym, para conhecer a academia a me apresentar aos proprietários. Os três
donos do local, Richie, Darren e Jerry Montanari eram irmãos italianos, e me
convidaram para treinar no local. Eles me fizeram sentir como se estivesse em
minha própria casa, foi incrível.
Kenny Wallach, um treinador da academia
que já tinha sido fisiculturista, se ofereceu para me ajudar com as poses, pois
eu não sabia nada sobre isso. O apoio que recebi de todos era enorme.
Depois de umas boas camadas de Pro-tan (bronzeador
artificial usado por fisiculturistas antes de competir), estava pronto para ir.
Estava muito feliz em ver as mudanças no meu corpo e o nível de condicionamento
que era capaz de alcançar. Meu primo dizia que eu ia vencer e tinha muito
futuro no fisiculturismo. Mas minha meta não havia mudado, vencer não era meu
objetivo, eu continuava treinando para mim, para ver onde conseguia chegar,
superar meus limites.
Porém, minha família fez um enorme
sacrifício para me ver competindo. Tios e primos que eu não via há muito tempo
foram me ver, e eu precisava fazer a viagem valer a pena. Eu queria mostrar o
que havia conquistado, que não era mais o menino gordo que eles conheciam. Mas
para minha surpresa, acabei mostrando um pouco mais. Pesando exatamente 102 Kg,
ganhei o título global de pesos pesados. Fiquei chocado.
Mais de 20 membros da minha família
estavam presentes, eu tinha a maior torcida no local, foi realmente incrível.
Esse foi o início oficial da minha carreira como fisiculturista. A partir desse
momento, eu tinha uma nova apreciação por uma boa nutrição e o nível de
condicionamento que eu senti que era capaz de alcançar me deu a motivação
necessária para prosseguir.
No mesmo ano, fui a Las Vegas assistir o
Mr. Olympia. Lá eu conheci Ed Connors, que me encorajou a competir
nacionalmente e me convidou a assistir o torneio NPC Nacionals para ver o nível
de competição que eu teria que enfrentar daqui para frente. Depois de ver os
concorrentes, sabia que tinha muito trabalho a ser feito, mas senti que logo
estaria no mesmo nível que eles.
No caminho de volta para casa, estava
sentado ao lado do fisiculturista Dave Palumbo. Reconheci-o das revistas e
puxei conversa. Para resumir a história, disse a Dave sobre minhas ambições e
ele me ofereceu ajuda, e eu aceitei! Dois meses mais tarde, Dave e eu fizemos
um planejamento para o Jr. Nationals.
Dessa vez, minha dieta foi bem mais
difícil e tive que triplicar a quantidade de cardio. Foram longas 16 semanas de
preparação. Lembro-me até hoje quando Dave entrou no quarto do hotel e disse que seria praticamente impossível vencer a
competição, pois havia vários
competidores de qualidade.
Meu objetivo era apenas competir em
melhores condições do que na vez anterior, e consegui. Estava com 12 Kg a mais
de massa magra, uma forma excelente. Lembro-me de ver Robert Hatch nos
vestiários com o pensamento que seria impossível vencê-lo, pois ele parecia
enorme para mim. Mas novamente, para minha surpresa, eu venci! Foi incrível.
Depois da competição, recebi um telefonema
de Steve Blechman, o dono da Muscular Development. Ele me parabenizou pela
vitória e disse que queria me fotografar para a revista. Eu aceitei na hora,
foi uma experiência surreal.
Depois de alguns dias, Dave e eu começamos
o trabalho novamente, dessa vez mirando o Nacional. Eu não tinha muito tempo.
Durante o treinamento, recebi mais uma
ligação de Steve Blechman, com mais uma boa notícia. Ele planejava me colocar
na capa da revista, foi como um sonho se tornando realidade. Nunca um amador
tinha saído na capa, eu simplesmente não podia acreditar. Fique muito honrado.
Continuei com a minha preparação e cheguei
ao torneio em grande forma. Mas mesmo assim, fiquei em 2º lugar, perdendo para
Desmond Miller. Ele mereceu, tinha as melhores pernas que já vi.
Depois de sair da competição, as coisas
continuaram a dar certo. Fechei contratos com a Muscular Development e
Universal Nutrition. Me senti abençoado por fazer parte dessas duas empresas
fantásticas do ramo. Continuarei treinando firme para continuar melhorando cada
vez mais.
Fonte: Texto Traduzido e adaptado do site oficial do Evan
– http://evancentopani.com
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