quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Evan Centopani – Biografia


      Biografia de Evan Centopani, um fisiculturista muito bom que logo estará brigando pelo Mr. Olympia. Esse ano ele ficou em 4º lugar no Arnold Classic.

     Meu nome é Evan Michael Centopani. Nasci dia 7 de Abril de 1982, em Bridgeport, uma cidade próxima à Nova Iorque, mas cresci em Monroe, um pequeno subúrbio na região.

     Se na minha infância alguém tivesse falado que eu me tornaria um fisiculturista, ninguém acreditaria. Eu sempre estive acima do peso, era o típico garoto gordo. Sempre fui a maior criança de qualquer time de futebol, nunca conseguia acompanhar meus amigos nas corridas e odiava ficar num vestiário.

     Sempre gostei de ir à praia ou nadar em uma piscina, mas tirar a camisa na frente de todos me deixava sem jeito. Eu tinha muita vergonha do meu corpo.

Evan é o gordinho no meio dos meninos
     Todos diziam que eu era um ótimo jogador de futebol, mas eu nunca quis seguir adiante nesse esporte. Para dizer a verdade, nunca gostei muito de esportes. Eu sou filho único e sempre gostava de fazer as coisas por conta própria, nunca me senti bem fazendo parte de uma equipe e até hoje não gosto que digam o que tenho que fazer.

     Mesmo assim, no primeiro ano de ensino médio eu pesava 100 kg, e meus amigos me convenceram a entrar no time de futebol americano. Eu passei a primavera treinando, e acabei percebendo que gostava muito de treinar, mas isso não tinha nenhuma relação com o futebol americano. Perdi 20 Kg rapidamente, e exercícios físicos se tornaram meu foco, principalmente as corridas.

     Posso me lembrar como se fosse ontem, voltei de férias com 70 Kg, todos na escola comentaram sobre minha transformação. Devo admitir que me senti muito bem, diferente de qualquer coisa que havia sentido em toda minha vida.


     Pela primeira vez na minha vida, eu era capaz de usar todas as roupas que queria, podia tirar a camisa na praia sem me incomodar. Finalmente podia desfrutar de coisas que são banais para a maioria das pessoas.

     Percebendo que talvez tivesse ficado um pouco magro demais, decidi que era hora de ganhar peso novamente, mas dessa vez seria em músculos. Meu tio deixou que eu usasse uns pesos que ele tinha no porão da sua casa. Depois de alguns meses, investi no meu próprio equipamento e comecei a treinar no porão da minha casa. Era um equipamento básico, mas permitia que eu trabalhasse todo meu corpo. Por um lado foi até bom, pois com poucos recursos eu aprendi a ser muito criativo nos meus treinos.


     Quando me formei no colegial, tinha cortado os exercícios aeróbicos e me dediquei por completo ao treinamento com pesos. Estava com 100kg e um corpo muito sólido. Comecei a me preocupar com a minha nutrição, e adotei um estilo de vida totalmente voltado a musculação. Nunca fui de beber ou sair demais, mas me conscientizei do meu novo estilo de vida. Eu queria melhorar o meu corpo cada vez mais, e minhas decisões foram traçadas em torno desse objetivo.

     Durante meus primeiro anos na Universidade, fiz um grande progresso. Até o final do segundo ano tinha chegado aos 125 kg. Estava comendo tudo que via pela frente e treinando muito pesado. Apesar do meu tamanho e força atingirem novos níveis, senti que estava grande demais e resolvi perder um pouco, ficando com 113 Kg. Estava bem melhor.


     Meu amigo Dennis me convenceu que seria uma boa ideia fazer um intercambio. Passei o próximo semestre em Florença, na Itália, e olhando para trás, foi uma das melhores coisas que já fiz. Treinei numa ótima academia chamada “Academia Cisne” e comia sempre como se fosse minha última refeição. Nunca havia comido e dormido tanto na minha vida.

     Depois que me formei, comecei a trabalhar em tempo integral para uma companhia de seguros, como um buscador de títulos. Era difícil me alimentar corretamente, pois ficava na rua o dia inteiro. Acabei resolvendo o problema preparando minha comida com antecedência e levando uma marmita comigo todos os dias. Minha vida estava organizada.

     Um tempo depois, fiquei amigo de Ron Rich, que treinava na mesma academia que eu. Ron era o maior cara da academia, e começamos a treinar juntos. Ele acabou me convencendo a competir. Tentei explicar que competir não passava pela minha cabeça e treinava para mim, não para os outros, mas ele não aceitou minha resposta. Em poucos meses, estava me preparando para a minha primeira competição.


     Há quatro semanas do torneio, meu amigo Jay Piccirillo me ligou dizendo que tinha descoberto que eu ia competir, e queria me apresentar algumas pessoas que poderiam me ajudar. Ele me levou até o Gold’s Gym, para conhecer a academia a me apresentar aos proprietários. Os três donos do local, Richie, Darren e Jerry Montanari eram irmãos italianos, e me convidaram para treinar no local. Eles me fizeram sentir como se estivesse em minha própria casa, foi incrível.

     Kenny Wallach, um treinador da academia que já tinha sido fisiculturista, se ofereceu para me ajudar com as poses, pois eu não sabia nada sobre isso. O apoio que recebi de todos era enorme.

     Depois de umas boas camadas de Pro-tan (bronzeador artificial usado por fisiculturistas antes de competir), estava pronto para ir. Estava muito feliz em ver as mudanças no meu corpo e o nível de condicionamento que era capaz de alcançar. Meu primo dizia que eu ia vencer e tinha muito futuro no fisiculturismo. Mas minha meta não havia mudado, vencer não era meu objetivo, eu continuava treinando para mim, para ver onde conseguia chegar, superar meus limites.

     Porém, minha família fez um enorme sacrifício para me ver competindo. Tios e primos que eu não via há muito tempo foram me ver, e eu precisava fazer a viagem valer a pena. Eu queria mostrar o que havia conquistado, que não era mais o menino gordo que eles conheciam. Mas para minha surpresa, acabei mostrando um pouco mais. Pesando exatamente 102 Kg, ganhei o título global de pesos pesados. Fiquei chocado.

     Mais de 20 membros da minha família estavam presentes, eu tinha a maior torcida no local, foi realmente incrível. Esse foi o início oficial da minha carreira como fisiculturista. A partir desse momento, eu tinha uma nova apreciação por uma boa nutrição e o nível de condicionamento que eu senti que era capaz de alcançar me deu a motivação necessária para prosseguir.

     No mesmo ano, fui a Las Vegas assistir o Mr. Olympia. Lá eu conheci Ed Connors, que me encorajou a competir nacionalmente e me convidou a assistir o torneio NPC Nacionals para ver o nível de competição que eu teria que enfrentar daqui para frente. Depois de ver os concorrentes, sabia que tinha muito trabalho a ser feito, mas senti que logo estaria no mesmo nível que eles.

     No caminho de volta para casa, estava sentado ao lado do fisiculturista Dave Palumbo. Reconheci-o das revistas e puxei conversa. Para resumir a história, disse a Dave sobre minhas ambições e ele me ofereceu ajuda, e eu aceitei! Dois meses mais tarde, Dave e eu fizemos um planejamento para o Jr. Nationals.

     Dessa vez, minha dieta foi bem mais difícil e tive que triplicar a quantidade de cardio. Foram longas 16 semanas de preparação. Lembro-me até hoje quando Dave entrou no quarto do hotel e disse  que seria praticamente impossível vencer a competição, pois havia   vários competidores de qualidade.

     Meu objetivo era apenas competir em melhores condições do que na vez anterior, e consegui. Estava com 12 Kg a mais de massa magra, uma forma excelente. Lembro-me de ver Robert Hatch nos vestiários com o pensamento que seria impossível vencê-lo, pois ele parecia enorme para mim. Mas novamente, para minha surpresa, eu venci! Foi incrível.

     Depois da competição, recebi um telefonema de Steve Blechman, o dono da Muscular Development. Ele me parabenizou pela vitória e disse que queria me fotografar para a revista. Eu aceitei na hora, foi uma experiência surreal.
     Depois de alguns dias, Dave e eu começamos o trabalho novamente, dessa vez mirando o Nacional. Eu não tinha muito tempo.

     Durante o treinamento, recebi mais uma ligação de Steve Blechman, com mais uma boa notícia. Ele planejava me colocar na capa da revista, foi como um sonho se tornando realidade. Nunca um amador tinha saído na capa, eu simplesmente não podia acreditar. Fique muito honrado.

     Continuei com a minha preparação e cheguei ao torneio em grande forma. Mas mesmo assim, fiquei em 2º lugar, perdendo para Desmond Miller. Ele mereceu, tinha as melhores pernas que já vi.


     Depois de sair da competição, as coisas continuaram a dar certo. Fechei contratos com a Muscular Development e Universal Nutrition. Me senti abençoado por fazer parte dessas duas empresas fantásticas do ramo. Continuarei treinando firme para continuar melhorando cada vez mais.


Fonte: Texto Traduzido e adaptado do site oficial do Evan – http://evancentopani.com

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