Atualmente pode-se dizer, segundo a literatura internacional, que o
termo treinamento concorrente (TC), refere-se a programa que combinam
treinamento de força (TF), e treinamento de resistência aeróbia (TRA),
numa mesma periodização, sendo assim, também descrevem suas possíveis
adaptações produzidas através destes tipos de treinamentos, (Bell et
al., 2000; Hakkinen et al., 2003; McCarthy et al., 2002 apud
Ugrinowitsch et AL., 2005, p. 145).
Resumidamente, pode-se dizer que o (TF), causa algumas mudanças
diferenciadas quando comparadas ao (TRA), podendo ser destacados o
aumento de massa corporal; aumento da densidade óssea; melhora na
coordenação inter e intramuscular (Dudley & Fleck, 1987) e
consequentemente, um aumento da área de secção transversal das fibras
musculares do tipo I, IIa e IIb (Hakkinen et al., 2003; Ugrinowitsch et
AL., 2005, p. 146).
Já o TRA aumenta o consumo máximo de oxigênio (VO máx), a atividades
das enzimas oxidativas, os estoques de glicogênio intramuscular, a
densidade e capacidade mitocondrial dos músculos, melhora a capacidade
de difusão pulmonar, o débito cardíaco, a densidade capilar e o controle
da saturação da hemoglobina (Hakkinen et al., 2003).
Já sabido sobre as qualidades e mudanças fisiológicas destes dois
estudos, podemos dizer que ainda torna-se muito polêmico o estudo sobre o
(TC), tendo em vista que há vários estudiosos, que dizem não haver
alterações significativas, e outros que dizem que há sim mudanças
significativas, dentro disso, podemos citar alguns exemplos de autores
renomados que afirmam haver modificações negativas:
Hickson (1980), afirma que após avaliar 03 grupos que treinaram por
10 semanas, sendo que o primeiro grupo realizava (TF), o segundo (TRA), e
o terceiro uma combinação de treino caracterizado como (TC). E após o
período estipulado, quantificou-se a melhora na força dos grupos do (TF)
e (TC), resultando no grupo de (TC), um aumento de força de 25% no
final do estudo, já o grupo de (TF), resultou num aumento de 44% de sua
força inicial.
Segundo Dudly & Fleck (1987); Hunter et al (1987) estes afirmam
que está possível alteração na força, esta relacionada ao “OVERTRAINING”
oriundo por submeter indivíduos a um intenso treinamento de força e
simultaneamente a um treinamento de resistência aeróbia.
A capacidade de produzir um aumento significativo de força pode ser
obstruída quando ladeado a um (TRA), pois, fica nítido que este tipo de
treinamento reduz o volume de glicogênio estocado na célula muscular, e
sem dúvidas isso poderia prejudicar acentuadamente o rendimento do
treinamento de força, podendo até chegar num estado de precoce de fadiga
(DUDLY & FLECK, 1987).
Ao findar de uma pesquisa realizada por Kraemer et al. (1995), com 40
militares, usando (TF), (TC), puderam concluir que: “Um grande volume
de TC, durante 12 semanas, pode resultar em um indesejável aumento no
nível de cortisol, o qual poderia comprometer os ganhos de força,
potência e massa musculares.
Em virtude dos fatos acima mencionados, somos levados a crer que o
treinamento de força, pode sim, ser influenciado de forma negativa,
quando este acontece simultaneamente ao treinamento de resistência
aeróbia, devido a diminuição do estoque de glicogênio e o aumento do
nível de cortisol, ambos os substratos quais influenciam de forma
significativa nas reações fisiológicas da musculatura esquelética.
REFEREÊNCIAS
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and endurance training on strength, testosterone, and cortisol. Journal
of Strength and Conditioning Research , v.11, n.1, p.57-64, 1997.
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UGRINOWITSCH, C, et al. Efeito do treinamento concorrente no
desenvolvimento da força motora e da resistência aeróbia. Revista
Mackenzie de Educação Física e Esporte – Ano 4, número 4 , 2005.
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