Tudo bem, conhecendo então os erros que não
deveriam acontecer aos montes dentro de um ginásio esportivo, remetemos nosso
raciocínio aos exercícios que vulgarmente são conhecidos como perigosos (e até
podem ser se executados da maneira incorreta e técnica e auxílio) e os
vulgarmente conhecidos como clássicos e seguros que, em muitos casos, pela
biomecânica são realmente perigosos e sujeitos a ocasionar lesões sérias em
partes principais do corpo humano.
Afinal, o que faz de um exercício perigoso? Três principais fatores que
estão em enumeração em sua ordem de importância:
1º – Execução incorreta do exercício.
É
óbvio que alguns exercícios são mais fáceis de gerarem lesão pela sua
biomecânica, porém, não devem ser totalmente desprezados ou excluídos de
algumas rotinas. Mas em primeiro lugar, deve-se observar a maneira com que eles
são executados. E, obviamente, deve-se observar a maneira como não só eles, mas
QUALQUER outro exercício deve ser executado. Seja ele de dificuldade fácil,
média ou difícil.
Vamos exemplificar, para assim, ficar mais fácil
de entendermos:
Usaremos o desenvolvimento de ombros por trás, a princípio. Não é muito
conveniente, neste caso, nem mesmo para atletas avançados, que se use mais de
90º de amplitude na descida da barram, justamente por segurança das
articulações, do manguito rotator e de outros músculos envolvidos. Porém, é
muito mais seguro executar este movimento desta maneira, do que fazer, por
exemplo, extensão de tríceps com cabos dando trancos no cotovelo ao fazer a
extensão dos mesmos. E observemos que a extensão de tríceps é um dos exercícios
mais fáceis e seguros da musculação.
Com o
exemplo então, podemos concluir que não necessariamente um exercício pode ser
perigoso, mas a forma sua execução, fala muito mais alto.
2º – Biomecânica do exercício.
Obviamente não menos importante, ficam as biomecânicas dos exercícios.
Primeiramente, é bom diferenciar o indivíduo que os retira da rotina (o que
pode não necessariamente ser conveniente, pois todo bom estímulo é válido e é
extremamente eficaz ativar e atingir as fibras musculares das mais variadas
formas possíveis) e o indivíduo que os executa com cautela e sabe quando
trocá-lo por outro.
Exercícios como desenvolvimento por trás com barra (deltóides/tríceps)
são ótimos e podem entrar por um período curto no treinamento e, claro, devem
ter cuidado redobrado. Porém, é muito conveniente que grande parte do treino
seja composto por desenvolvimentos pela frente. Além, claro de obtermos muito
mais estabilidade, segurança, força e amplitude, não estaremos fazendo nenhuma
compressão nas cabeças de ligamento dos ombros, o que evita, provavelmente,
muitas lesões.
Outro
exercício pouco discutido é a extensão de tornozelos no Leg Press 45º (treino
de panturrilhas tido como seguro e recomendado em muitos lugares).
Este
exercício pode tranquilamente ser substituído por um burrinho sentado, ou
extensão de panturrilhas em pé, pois este, o coloca em uma posição anatômica de
hiper extensão das inserções miotendíneas, deixando facilmente um caminho
aberto para qualquer lesão nas mesmas.
Outro exercício condenado, é o agachamento livre. Para isso, utilizam máquinas mirabolantemente complicadas ou simplesmente trocam pelo famoso Leg Press 45º com mera desculpa de… segurança, isso mesmo. Mas, esquecem que a alavanca proporcionada por este, é muito mais perigosa do que os condenados 90º ultrapassados no agachamento (afundo).
Entre muitos outros exercícios que poderíamos citar, como a remada alta, o pulldown aberto pela nuca (e alguns ainda arriscam usar a barra romana nesse exercício) ou até mesmo o clássico supino reto. Sim, o supino reto. Estudos mostram que a biomecânica do supino reto livre, pode ocasionar diversas lesões, principalmente nos deltóides anteriores. Então, deixe um pouco o ego dos 180kg de supino fora da academia e comece a usar o esquecido chest press. O músculo e a maneira de trabalhá-lo será a mesma, porém, com menos ego e mais segurança (e desta vez, segurança)…
3º – Invenções mirabolantes de exercícios
inexistentes
Esse é
um clássico problema que ocorre por parte de profissionais e por parte de
alunos também.
Vamos
fazer alguns breves comentários exemplificando antes de mostrar o real perigo
disto:
Outro
dia, vi um guri de aproximadamente 15 ou 16 anos fazendo rosca direta. Batendo
o olho, era uma rosca direta como qualquer outra, mas percebi uma pequena
inclinação em um dos lados. Aproximei-me e não pude crer no que vi. Um dos
lados tinha mais peso do que o outro. Indaguei-o sobre a falta de atenção. Mas
quando achei que nada poderia ser pior ele me explicou que preferia fazer
aquilo porque tinha um dos lados mais forte do que o outro! – Acho que já devem
imaginar como foi minha cara quando ouvi isso, não devem?
Mais
adiante, um jovem me reclamou sobre os treinos impostos em sua academia e,
começou a me passar a lista de exercícios que fazia. Supreendentemente, vi um
agachamento no aparelho de panturrilhas (sim, aquele que você apóia nos ombros
e faz a extensão dos tornozelos em pé). E, passado por um “profissional” que
julgava o agachamento livre perigoso e extremamente fácil de lesionar as
pessoas. ORAS! O aparelho é anatomicamente preparado para treinar-se
panturrilhas e não agachamento. É como fazer supino no Leg Press. Simplesmente,
não tem como. A Biomecânica é totalmente interferida quando fazemos essas
invenções.
Pois
bem… E esses são apenas dois exemplos de problemas que ocorrem aos montes
dentro de uma academia quando começamos a inventar exercícios sem um bom estudo
antes. E com estes, ganhamos de brinde, algum tipo de dor ou lesão em alguma
parte do corpo, por mínima que seja.
Para
ser sincero, acho esse problema é tão comum e freqüente que, reparo que as
vezes fazemos coisas que são consideradas comuns, mas que não passam de uma
grande invenção sem lógica, como o agachamento no Smith, por exemplo.
Com
esses três tópicos anteriores, podemos então chegar a conclusão que não há
necessariamente um exercício prejudicial ou proibido, mas sim um conjunto de
fatores que podem interferir negativamente durante a realização do mesmo,
tornando-o perigoso.
Tratar
exercícios livres como trata-se hoje é uma grande falta de conhecimento e uma
grande involução dentro da musculação.
Lembre-se que, tendo uma Lamborghini, ou tendo um Fusca, o que definirá
um possível acidente não é a potência do carro, mas sim quem o dirige e quem
está a sua volta.
Conclusão:
Contudo, podemos citar algumas conclusões
básicas:
- O que, de fato ocasiona uma lesão não é o tipo
de exercício (com exceção das tais invenções), mas sim, a forma como executamos
o mesmo.
- Carrga não é necessariamente o fator primordial
para se realizar um treinamento de hipertrofia.
- Devemos parar de inventar novos exercícios e
optar pelo básico que funcionou e funciona aos atletas de ponta.
- Com toda parnafenália existente na maquinaria
moderna de uma academia, aliado a incompetência de ambos os lados, professores
desqualificados e atletas/alunos teimosos e ignorantes na área tendem a
ocasionar mais lesões.
- É sempre bom pesquisar sobre o assunto afim de
não ser “ludibriado’ dentro de uma academia.
- Procure sempre profissionais competentes e que
respeitem seus objetivos.
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