Existem
basicamente quatro categorias de equipamentos nas salas de musculação, e
muitos destes equipamentos incluem dispositivos que oferecem resistência isométrica, resistência isocinética, resistência dinâmica constante e resistência dinâmica variável.
Os equipamentos isométricos são usados
frequentemente para testes de resistência muscular, porém, raramente é
recomendado para o desenvolvimento da força muscular, uma vez que as
contrações musculares que se dão sob um trabalho estático podem
restringir o fluxo sanguíneo, e consequentemente, provocar aumentos
inaceitáveis na pressão arterial.
No entanto, se os equipamentos isométricos forem usados durante uma
sessão de musculação, é recomendado que se estabelecesse por um processo
respiratório constante durante cada série de contrações efetuadas.
Os equipamentos isocinéticos dispõem de um mecanismo
que promove uma velocidade constante de movimento, e uma força
correspondente resistiva. Assim sendo, quando a intensidade da força
muscular produzida pelo músculo for maior, mais intensa será a força
resistiva exercida e vice-versa.
Os equipamentos isocinéticos surgiram no intuito de proporcionar uma
sobrecarga excêntrica importante, frente a trabalhos utilizados numa
reabilitação. Os equipamentos isocinéticos podem medir com precisão, a
tensão a ser aplicada num músculo lesionado.
Os equipamentos de resistência dinâmica constante
dispõem de um mecanismo que promove uma contração isotônica, permitindo
que o esforço muscular não sofra por grandes variações durante todo o
movimento.
Por fim, os equipamentos de resistência dinâmica variável
dispõem de um mecanismo que promove uma contração isotônica, permitindo
que o esforço muscular sofra por grandes variações durante todo o
movimento.
Tanto os equipamentos de resistência dinâmica constante
quanto os de resistência dinâmica variável são na maioria das vezes,
representados por diferentes tipos de pesos livres, e ainda, por
diferentes tipos de aparelhos aglomerados ou não.
Os aparelhos aglomerados constituem-se basicamente, de uma estrutura
que possui várias estações contidas num mesmo equipamento, e o conjunto
de todas as estações permitem o trabalho de diferentes grupos
musculares.
Os exercícios resistidos executados em pesos livres e os exercícios resistidos executados em aparelhos ou aglomerados
são comumente direcionados como tipos de recursos usados nas salas de
musculação, que visam complementar de forma direta ou indireta, o
treinamento de atividades físicas associadas a fatores estéticos,
profiláticos ou terapêuticos, bem como, a fatores associados ao
treinamento de um determinado desporto.
Assim sendo, diferentes trabalhos musculares expressos nas salas de
musculação, podem ser realizados separadamente de forma distinta e
desassociada por meio de pesos livres, de aparelhos ou aglomerados, a
fim de oferecer excelentes perspectivas no campo da reabilitação e da
modelagem corporal, bem como, a fim de oferecer perspectivas no campo do
desenvolvimento muscular desportivo.
Contudo, é importante destacar que, quando um trabalho muscular
complementar distinto e desassociado, é executado somente por aparelhos
ou aglomerados no intuito de favorecer o desenvolvimento muscular de um
atleta, o maior grau de aptidão desportivo não é satisfeito de forma
positiva, e nem tampouco, busca por atender ao aprimoramento do gesto de
um desporto em particular.
Isto ocorre, devido ao fato de que o desempenho desportivo está
intimamente ligado a uma complexa estrutura de forças e ações musculares
diferenciadas e perfeitamente sincronizadas entre si, e essa
sincronização requer por outro lado, treinamentos constituídos por
exercícios resistidos executados por pesos livres que venham a
contemplar diretamente, a coordenação mecânica de um movimento
específico que explore por outro lado, toda a amplitude de uma atividade
desportiva.
A fim de melhor elucidar as vantagens e as desvantagens quanto à utilização de diferentes categorias de equipamentos nas salas de musculação, podemos destacar as vantagens associadas aos aparelhos, a segurança oferecida, a economia de tempo e a comodidade na troca de pesos pelo sistema de placas e pinos, e podemos destacar as vantagens associadas aos pesos livres, à versatilidade, uma vez que os exercícios resistidos podem ser criados com múltiplas variações.
Importa destacar também que, quanto às vantagens e as desvantagens
que se dão em relação aos aparelhos, assim como, em relação aos pesos
livres, observa-se que, durante ao longo dos treinamentos numa sala de
musculação, as pessoas que usam exclusivamente aparelhos ou máquinas,
quando são submetidas a exercícios resistidos por meio de pesos livres,
manifestam um desequilíbrio e uma perda no controle do movimento, ao
manusear tanto uma barra ou um halter.
Observa-se ainda que, exercícios resistidos executados por aparelhos permitem um maior isolamento muscular, ou seja, estimulam grupos musculares mais específicos, já os pesos livres se mostram mais eficientes para o incremento da hipertrofia muscular, por permitir um trabalho mecânico multisegmentar.
Outra observação importante que cabe ser destacada, diz respeito ao fato de que o período de aprendizado dos exercícios resistidos executados com pesos livres são na maioria das vezes, superiores aos exercícios resistidos executados com aparelhos.
Concluindo, a escolha do recurso material a ser utilizado para o
treinamento resistido, está intimamente relacionada a objetivos
distintos e à preferência pessoal que cada um possui.
Pode-se dizer que, para um profissional de educação física que atue
na área do treinamento resistido, é indispensável possuir uma visão
básica sobre o aspecto cinesiológico das categorias de equipamentos
existentes numa sala de musculação, a fim de aplicar corretamente os
conceitos que venham a englobar objetivos particularizados e almejados
durante a prática de um determinado exercício, assim como, conceitos que
atendam ao correto trabalho mecânico condizente a simetria corporal.
Cabe ter presente que a médio e em longo prazo, os movimentos
mecânicos executados através de aparelhos, aglomerados ou pesos livres
nunca são inócuos. Ou bem tais movimentos levam a uma saudável
hipertrofia, ou bem redundam em danos estruturais ou funcionais ao corpo
humano.
Referencias bibliográficas:
CHIESA, Luiz Carlos. Musculação aplicações práticas. Técnicas de uso das formas e métodos de treinamento. Rio de Janeiro: Shape, 2002.
CHIESA, Luiz Carlos. Musculação: uma proposta de trabalho e desenvolvimento humano. Espírito Santo: Edufes, 1999.
ECKERT, H.M. Desenvolvimento Motor. São Paulo: Manole, 1993.
FLECK, S.J.; KRAEMER, J.W. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre: Artmed, 1999.
TUBINO, Manuel José Gomes. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. São Paulo: IBRASA, 1984.
ZATSIORSKY, V. M. Ciência e prática do treinamento de força. São Paulo: Phorte, 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário