sexta-feira, 18 de maio de 2012

Categorias de Equipamentos nas Salas de Musculação


 

     Existem basicamente quatro categorias de equipamentos nas salas de musculação, e muitos destes equipamentos incluem dispositivos que oferecem resistência isométrica, resistência isocinética, resistência dinâmica constante e resistência dinâmica variável.

     Os equipamentos isométricos são usados frequentemente para testes de resistência muscular, porém, raramente é recomendado para o desenvolvimento da força muscular, uma vez que as contrações musculares que se dão sob um trabalho estático podem restringir o fluxo sanguíneo, e consequentemente, provocar aumentos inaceitáveis na pressão arterial.

     No entanto, se os equipamentos isométricos forem usados durante uma sessão de musculação, é recomendado que se estabelecesse por um processo respiratório constante durante cada série de contrações efetuadas.

     Os equipamentos isocinéticos dispõem de um mecanismo que promove uma velocidade constante de movimento, e uma força correspondente resistiva. Assim sendo, quando a intensidade da força muscular produzida pelo músculo for maior, mais intensa será a força resistiva exercida e vice-versa.

     Os equipamentos isocinéticos surgiram no intuito de proporcionar uma sobrecarga excêntrica importante, frente a trabalhos utilizados numa reabilitação. Os equipamentos isocinéticos podem medir com precisão, a tensão a ser aplicada num músculo lesionado.

     Os equipamentos de resistência dinâmica constante dispõem de um mecanismo que promove uma contração isotônica, permitindo que o esforço muscular não sofra por grandes variações durante todo o movimento.

     Por fim, os equipamentos de resistência dinâmica variável dispõem de um mecanismo que promove uma contração isotônica, permitindo que o esforço muscular sofra por grandes variações durante todo o movimento.

     Tanto os equipamentos de resistência dinâmica constante quanto os de resistência dinâmica variável são na maioria das vezes, representados por diferentes tipos de pesos livres, e ainda, por diferentes tipos de aparelhos aglomerados ou não.

     Os aparelhos aglomerados constituem-se basicamente, de uma estrutura que possui várias estações contidas num mesmo equipamento, e o conjunto de todas as estações permitem o trabalho de diferentes grupos musculares.

     Os exercícios resistidos executados em pesos livres e os exercícios resistidos executados em aparelhos ou aglomerados são comumente direcionados como tipos de recursos usados nas salas de musculação, que visam complementar de forma direta ou indireta, o treinamento de atividades físicas associadas a fatores estéticos, profiláticos ou terapêuticos, bem como, a fatores associados ao treinamento de um determinado desporto.

     Assim sendo, diferentes trabalhos musculares expressos nas salas de musculação, podem ser realizados separadamente de forma distinta e desassociada por meio de pesos livres, de aparelhos ou aglomerados, a fim de oferecer excelentes perspectivas no campo da reabilitação e da modelagem corporal, bem como, a fim de oferecer perspectivas no campo do desenvolvimento muscular desportivo.

    Contudo, é importante destacar que, quando um trabalho muscular complementar distinto e desassociado, é executado somente por aparelhos ou aglomerados no intuito de favorecer o desenvolvimento muscular de um atleta, o maior grau de aptidão desportivo não é satisfeito de forma positiva, e nem tampouco, busca por atender ao aprimoramento do gesto de um desporto em particular.

     Isto ocorre, devido ao fato de que o desempenho desportivo está intimamente ligado a uma complexa estrutura de forças e ações musculares diferenciadas e perfeitamente sincronizadas entre si, e essa sincronização requer por outro lado, treinamentos constituídos por exercícios resistidos executados por pesos livres que venham a contemplar diretamente, a coordenação mecânica de um movimento específico que explore por outro lado, toda a amplitude de uma atividade desportiva.

     A fim de melhor elucidar as vantagens e as desvantagens quanto à utilização de diferentes categorias de equipamentos nas salas de musculação, podemos destacar as vantagens associadas aos aparelhos, a segurança oferecida, a economia de tempo e a comodidade na troca de pesos pelo sistema de placas e pinos, e podemos destacar as vantagens associadas aos pesos livres, à versatilidade, uma vez que os exercícios resistidos podem ser criados com múltiplas variações.

     Importa destacar também que, quanto às vantagens e as desvantagens que se dão em relação aos aparelhos, assim como, em relação aos pesos livres, observa-se que, durante ao longo dos treinamentos numa sala de musculação, as pessoas que usam exclusivamente aparelhos ou máquinas, quando são submetidas a exercícios resistidos por meio de pesos livres, manifestam um desequilíbrio e uma perda no controle do movimento, ao manusear tanto uma barra ou um halter.

     Observa-se ainda que, exercícios resistidos executados por aparelhos permitem um maior isolamento muscular, ou seja, estimulam grupos musculares mais específicos, já os pesos livres se mostram mais eficientes para o incremento da hipertrofia muscular, por permitir um trabalho mecânico multisegmentar.

     Outra observação importante que cabe ser destacada, diz respeito ao fato de que o período de aprendizado dos exercícios resistidos executados com pesos livres são na maioria das vezes, superiores aos exercícios resistidos executados com aparelhos.

     Concluindo, a escolha do recurso material a ser utilizado para o treinamento resistido, está intimamente relacionada a objetivos distintos e à preferência pessoal que cada um possui.

     Pode-se dizer que, para um profissional de educação física que atue na área do treinamento resistido, é indispensável possuir uma visão básica sobre o aspecto cinesiológico das categorias de equipamentos existentes numa sala de musculação, a fim de aplicar corretamente os conceitos que venham a englobar objetivos particularizados e almejados durante a prática de um determinado exercício, assim como, conceitos que atendam ao correto trabalho mecânico condizente a simetria corporal.

     Cabe ter presente que a médio e em longo prazo, os movimentos mecânicos executados através de aparelhos, aglomerados ou pesos livres nunca são inócuos. Ou bem tais movimentos levam a uma saudável hipertrofia, ou bem redundam em danos estruturais ou funcionais ao corpo humano.


Referencias bibliográficas:

CHIESA, Luiz Carlos. Musculação aplicações práticas. Técnicas de uso das formas e métodos de treinamento. Rio de Janeiro: Shape, 2002.

CHIESA, Luiz Carlos. Musculação: uma proposta de trabalho e desenvolvimento humano. Espírito Santo: Edufes, 1999.

ECKERT, H.M. Desenvolvimento Motor. São Paulo: Manole, 1993.

FLECK, S.J.; KRAEMER, J.W. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre: Artmed, 1999.

TUBINO, Manuel José Gomes. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. São Paulo: IBRASA, 1984.

ZATSIORSKY, V. M. Ciência e prática do treinamento de força. São Paulo: Phorte, 1999.

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