quarta-feira, 30 de maio de 2012

GH: Hormônio do Crescimento

 

     O hormônio do crescimento, somatotrofina ou GH ( “growth hormone” ) é uma proteína e um hormônio sintetizado e secretado pela glândula hipófise anterior. Este hormônio estimula o crescimento e a reprodução celulares em humanos e outros animais vertebrados. É importante para o crescimento desde os primeiros anos de vida até o fechamento das cartilagens de crescimento dos ossos (epífises), o que ocorre no final da puberdade, em geral, entre os 15 e os 20 anos de idade. Sua liberação ocorre durante o sono normal, havendo 3 a 4 picos em cada noite de sono. Estes picos são maiores durante a puberdade e tendem a diminuir com a idade em todas as pessoas. Dos 30 anos em diante, os níveis de produção e níveis de HGH declinam num percentual de 1 a 3% ao ano, sendo que a produção cai numa proporção muito maior em indivíduos obesos.

     A eterna busca pelo corpo perfeito nem sempre obedece à saúde e fez com que o GH virasse um dos anabolizantes preferidos nas academias. Estudos e evidencias mostraram que o GH não é somente necessário para o crescimento das crianças, mas também para a saúde física e mental, em particular dos ossos, músculos e sistema cardiovascular.

     Vendido como se fosse a verdadeira fonte da juventude, o GH aumenta a massa muscular, melhora a aparência da pele e diminui o percentual de gordura.

     O GH pode ser uma substância que só produz maravilhas mas também pode ser um desastre para o organismo usado de forma abusiva. Isso depende da indicação e da dose. Administrar a dose correta de GH não é fácil e exige constante monitoramento. Hormônio cobiçado pelos fisiculturistas, devido suas propriedades anabólicas e de mobilização de gorduras, o GH vem sendo usado em doses e de formas inadequadas.

     Um erro frequente entre esses atletas é a crença que se dissiminou de que, “quando se usa GH deve-se comer muito bem, incluindo alimentos que forneçam energia, como carboidratos”. Esse erro é clássico e agora veremos por que. Em doses elevadas deste hormônio, a primeira manifestação que se mostra com evidência é a elevação dos níveis de glicemia. O GH diminui o poder de resposta dos tecidos à ação da insulina; por isso e por outros fatores, eleva-se a glicemia no sangue (doses de baixa para média são o suficiente para elevarem de 20 a 50 pontos os níveis de glicemia em jejum).

     Desnecessário comentarmos os perigos que a glicemia traz, fora que seus efeitos negativos são cumulatvos. Sob cargas mais elevadas de GH deve-se adotar dieta semelhante à dos indivíduos diabéticos, até porque o organismo estará se comportando como se fosse diabético. Se descontinuada a administração de GH, os níveis de glicemia tendem a retornar ao normal, mas os danos causados não necessariamente retrocederão. Se os níveis de glicemia não retornarem ao nornal, é sinal de que danos permanentes foram causados ao pâncreas, como se verá a seguir.

     Quando submetido a altas doses de GH, os níveis de glicemia se elevam, como foi dito acima. Com níveis altos e constantes de glicemia, o pâncreas é obrigado a produzir, sem parar, insulina e mais insulina. Quem produz a insulina são células chamadas de ilhotas de Langerhans. Quando muito solicitadas, as ilhotas trabalham até literalmente estourarem. Quando muitas células morrem, instala-se um quadro de insulino-dependência e o indivíduo passa a ser diabético, mesmo que descontinue a administração de GH.

     Muitos outros problemas além de diabetes podem surgir: gigantismo se na fase de crescimento, acromegalia se na fase adulta; e mais: cardiomegalia, câncer (o GH não origina tumores, mas os alimenta), entre outros.

     Apesar de tudo, os riscos do tratamento são bastante raros quando o GH é fornecido em doses de reposição a pacientes com deficiência do hormônio.

     Em uma revisão dos trabalhos que mostram efeitos adversos com o uso do GH evidenciou uso de doses 10 a 20 vezes maiores que as fisiológicas indicadas por qualquer profissional de saúde capacitado em Modulação Hormonal. As recomendações são de que o profissional use somente doses fisiológicas na correção da deficiência, além de check-up regular e minucioso no acompanhamento de exames clinicos para evitar qualquer tipo de efeito colateral indesejado.

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