O
hormônio do crescimento, somatotrofina ou GH ( “growth hormone” ) é uma
proteína e um hormônio sintetizado e secretado pela glândula hipófise
anterior. Este hormônio estimula o crescimento e a reprodução celulares
em humanos e outros animais vertebrados. É importante para o crescimento
desde os primeiros anos de vida até o fechamento das cartilagens de
crescimento dos ossos (epífises), o que ocorre no final da puberdade, em
geral, entre os 15 e os 20 anos de idade. Sua liberação ocorre durante o
sono normal, havendo 3 a 4 picos em cada noite de sono. Estes picos são
maiores durante a puberdade e tendem a diminuir com a idade em todas as
pessoas. Dos 30 anos em diante, os níveis de produção e níveis de HGH
declinam num percentual de 1 a 3% ao ano, sendo que a produção cai numa
proporção muito maior em indivíduos obesos.
A eterna busca pelo corpo perfeito nem sempre obedece à saúde e fez
com que o GH virasse um dos anabolizantes preferidos nas academias.
Estudos e evidencias mostraram que o GH não é somente necessário para o
crescimento das crianças, mas também para a saúde física e mental, em
particular dos ossos, músculos e sistema cardiovascular.
Vendido como se fosse a verdadeira fonte da juventude, o GH aumenta a
massa muscular, melhora a aparência da pele e diminui o percentual de
gordura.
O GH pode ser uma substância que só produz maravilhas mas também pode
ser um desastre para o organismo usado de forma abusiva. Isso depende
da indicação e da dose. Administrar a dose correta de GH não é fácil e
exige constante monitoramento. Hormônio cobiçado pelos fisiculturistas,
devido suas propriedades anabólicas e de mobilização de gorduras, o GH
vem sendo usado em doses e de formas inadequadas.
Um erro frequente entre esses atletas é a crença que se dissiminou de
que, “quando se usa GH deve-se comer muito bem, incluindo alimentos que
forneçam energia, como carboidratos”. Esse erro é clássico e agora
veremos por que. Em doses elevadas deste hormônio, a primeira
manifestação que se mostra com evidência é a elevação dos níveis de
glicemia. O GH diminui o poder de resposta dos tecidos à ação da
insulina; por isso e por outros fatores, eleva-se a glicemia no sangue
(doses de baixa para média são o suficiente para elevarem de 20 a 50
pontos os níveis de glicemia em jejum).
Desnecessário comentarmos os perigos que a glicemia traz, fora que seus efeitos negativos são cumulatvos. Sob cargas mais elevadas de GH deve-se adotar dieta semelhante à dos indivíduos diabéticos,
até porque o organismo estará se comportando como se fosse diabético.
Se descontinuada a administração de GH, os níveis de glicemia tendem a
retornar ao normal, mas os danos causados não necessariamente
retrocederão. Se os níveis de glicemia não retornarem ao nornal, é sinal
de que danos permanentes foram causados ao pâncreas, como se verá a
seguir.
Quando submetido a altas doses de GH, os níveis de glicemia se
elevam, como foi dito acima. Com níveis altos e constantes de glicemia, o
pâncreas é obrigado a produzir, sem parar, insulina e mais insulina.
Quem produz a insulina são células chamadas de ilhotas de Langerhans.
Quando muito solicitadas, as ilhotas trabalham até literalmente
estourarem. Quando muitas células morrem, instala-se um quadro de
insulino-dependência e o indivíduo passa a ser diabético, mesmo que
descontinue a administração de GH.
Muitos outros problemas além de diabetes podem surgir: gigantismo se
na fase de crescimento, acromegalia se na fase adulta; e mais:
cardiomegalia, câncer (o GH não origina tumores, mas os alimenta), entre
outros.
Apesar de tudo, os riscos do tratamento são bastante raros quando o
GH é fornecido em doses de reposição a pacientes com deficiência do
hormônio.
Em uma revisão dos trabalhos que mostram efeitos adversos com o uso
do GH evidenciou uso de doses 10 a 20 vezes maiores que as fisiológicas
indicadas por qualquer profissional de saúde capacitado em Modulação
Hormonal. As recomendações são de que o profissional use somente doses
fisiológicas na correção da deficiência, além de check-up regular e
minucioso no acompanhamento de exames clinicos para evitar qualquer tipo
de efeito colateral indesejado.
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